" Dar em auxílio aos outros aquilo que a beneficência nos preceitue, mas não nos esquecermos de propiciar aos que nos cerquem um tipo de assistência, sem o qual a própria assistência jaz incompleta. Referimo-nos à paz que produz a compreensão e a paciência.
Cada um de nós se faz seguir do próprio clima. Em qualquer parte, a presença de alguém equivale à parcela de vontade na conta de adição de idéias e disposições.
Perturbação mais perturbação totalizam perturbação dupla, Serenidade aditada ao desequilíbrio expressa impacto neutralizante.
Num conjunto de noventa e nove partes induzindo ao desastre, uma parte apenas de vigilância pode evitá-lo.
O nosso ambiente particular é criado por todas as manifestações que nos caracterizam o modo de ser. Compreendendo-se que o trato pessoal é o reflexo de cada um, o clima que nos é peculiar começa do sentimento. Com isso, a necessidade da simpatia fraternal.
Por mais desorientado se nos mostre o interlocutor e o vizinho menos compreensivo, ofereçamos de nós cooperação e entendimento. Jamais permanecer indefinidamente na janela da distância.
Providenciemos concurso amigo sem alarde. Ouçamos o companheiro desajustado sem cortar-lhe a palavra ou menosprezar-lhe os problemas com a advertência seca dos que se pressupõem suficientemente amadurecidos para se afligirem com aquilo que, às vezes, nomeamos como sendo “ as questões pequeninas dos outros”.
Atenuemos a carga das desarmonias que nos assediam o tempo e a emoção, sem a fuga dos que se acreditam evoluídos demais para tolerarem os lances do aprendizado espiritual , via de regra, interpretamos por “agressões da ignorância”.
Você e nós estamos intimados pela vida a construir o ambiente necessário às construções definitivas da alma.
Quando Jesus nos exortou a amar os inimigos ou a orar pelos que nos perseguem e caluniam, decerto, não guardava o propósito de cuidar exclusivamente de atitude mística no âmbito dos princípios religiosos.
O Mestre não se dirigiu especialmente a pessoas adiantadas na senda da santificação espiritual. Mas sim a todas as criaturas de todas as categorias e condições.
Jesus nos impelia, sobretudo, a reconhecer que somar aversão com aversão ou injustiça com injustiça é formar ódio e loucura pela química das trevas.
Meditemos em nosso clima espiritual. Que influência exercemos onde estamos? Que somos nós para os outros?
Nossa presença constitui fator essencial. Através dela torna-se possível aumentar a força escravizante da sombra ou desencadear a energia libertadora da luz."
Kelvin Van Dine
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