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domingo, 29 de julho de 2012

MEDIUNIDADE - OBSESSÕES II


Olá,

Restituamos, mais uma vez, a palavra ao Assistente Áulus, a fim de conhecermos mais um pouquinho da vida pregressa do cavalheiro doente que,
«na pequena fila de quatro pessoas que haviam comparecido à cata de socorro,
parecia incomodado, aflito... »
e que, instantes depois, sob a influência
do verdugo, «desfecha um grito agudo e cai desamparado».


Acompanhemos o sofrimento do irmão ultrajado:
«Desencarnando e encontrando-o na posse da mulher, desvairou-se no ódio de que passou a nutrir-se. Martelou-lhes, então, a existência e aguardouos, além-túmulo, onde os três se reuniram em angustioso processo de regeneração. A companheira, menos culpada, foi a primeira a retornar ao
mundo, onde mais tarde recebeu o médico delinqüente nos braços maternais, como seu próprio filho, purificando o amor de sua alma,
O irmão atraiçoado de outro tempo, todavia, ainda não encontrou forças para modificar-se e continua
vampirizando-o, obstinado no ódio a que se rendeu impensadamente. »

E, ante a surpresa de André Luiz, continuou:
«Ninguém ilude a justiça. As reparações podem ser transferidas no tempo, mas são sempre fatais.»
Não podemos reprimir o entusiasmo ante as luzes que o livro “Nos Domínios da Mediunidade” trouxe aos espiritistas, particularmente em face do complexo e delicadíssimo problema do mediunismo e da sua prática.

É um livro que chegou, como não podia deixar de ser, na hora oportuna.
A Espiritualidade viu as nossas necessidades, nesse setor.
Anotou-nos as deficiências e precariedades, os abusos e a exploração inferior.
Verificou os rumos que os trabalhos tomavam, como se tivéssemos olvidado os conselhos e as diretrizes inseridos nos luminosos trabalhos do Codificador, completados pelos seus eminentes continuadores, especialmente Léon Denis.

E o livro foi psicografado, exaltando o serviço mediúnico por abençoada sementeira de luz e fraternidade.
Em face de problemas tão sérios, que se repetem aos milhares, saberemos todos nós, dirigentes de sessões e médiuns, ser mais comedidos em nossas afirmativas de solução para os intrincados problemas com que se defrontam os grupos mediúnicos.

Mesmo que se trate de obsessão simples», decorrente de transitória influenciação de Espíritos desocupados, sem real expressão de maldade, a prudência e o bom-senso aconselham moderação nos prognósticos de cura imediata, uma vez que o desequilíbrio do encarnado poderá acomodar» o
hóspede na sua casa mental», por dilatado período.

E quando o encarnado age dessa maneira, quem poderá garantir a eficácia do esforço assistencial?

Não podemos, nem devemos jamais prometer o “desenovelamento” de um drama complexo, cujo prólogo se perde na noite dos séculos ou dos milênios.
Dirigentes e médiuns esclarecidos sabem que existe uma Lei de justiça funcionando, inexorável, na estrutura das obsessões.

Sabem que as perseguições, cujas raízes se acham imersas no pretérito, pedem tempo e paciência, compreensão e amor.
Exigem, ainda, esquecimento e perdão.

De posse dessa certeza, não digamos ao enfermo:
— Você vai ser curado em dois meses.
Falemos, simplesmente, assim:
— Meu irmão, confiemos em Jesus e busquemos, com Ele, a solução do seu caso.

Trabalhadores precipitados comprometem a Doutrina através de promessas insensatas.
Servidores esclarecidos contribuem, com a prudência, para o engrandecimento, cada vez maior, do ideal que nos irmana.
Repitamos, ainda uma vez, com Léon Denis: “o Espiritismo será o que dele os homens fizerem.”

O caso do irmão Pedro teve o início do seu processo evolutivo com a Fascinação.
Depois, à medida que ele se foi entregando, vieram a subjugação e a possessão.
O irmão ultrajado de ontem imantou-se à sua organização psíquica e somática.
Comanda-lhe a mente desarvorada.
Domina-lhe o corpo.
Derruba-o, fá-lo gemer e gritar. Tornou-o um epiléptico aos olhos do mundo.

Ambos receberão, se contribuírem para isso, a bênção do esclarecimento renovador.
As leituras edificantes, as palavras confortadoras e as vibrações amorosas repercutir-lhes-ão no íntimo, à maneira de suave reconforto, concitando-os ao perdão recíproco.

Se ambos abrirem, de par em par, as dobras do coração, tocados pela carinhosa advertência de Jesus, de que devemos reconciliar-nos com o adversário, enquanto estamos a meio do caminho, destruirão, sob a assistência dos protetores e com o concurso dos encarnados, os tenebrosos laços que, de forma tão lastimável, vincularam os seus destinos num turbilhão de rancor...

Enquanto isso, a esposa invigilante de ontem abre, hoje, ao infeliz sedutor, o seio transbordante de ternura, não só para «purificação do seu amor, como também para redimi-lo...

" ESTUDANDO A MEDIUNIDADE" Martins Peralva

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