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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

LEI DO TRABALHO - O REPOUSO


Olá,

Nas respostas que deram às questões
de ns. 682 e 684, formuladas por Kardec,
nossos amigos espirituais nos esclarecem que
“o repouso é uma lei da natureza,
sendo uma necessidade para todo aquele que trabalha”,
e mais: que
“oprimir alguém com trabalho excessivo é uma das piores ações”, constituindo-se, mesmo, grave transgressão do Código Divino.




Com efeito, o 4º mandamento preceitua:
“Lembra-te do dia de sábado, para o santificares. Seis dias trabalharás e farás todas as tuas obras, mas o sétimo dia é o sábado, isto é, o dia de descanso do Senhor teu Deus.
 Nesse dia não farás obra alguma, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu animal, nem o peregrino que vive de tuas portas para dentro.”

Julgamos interessante elucidar, nesta oportunidade, que a substituição do repouso no sábado, como era observado entre os judeus, pelo domingo, como atualmente é de uso entre nós, carece de importância. Isso começou com os primeiros cristãos. Eles continuavam a frequentar as sinagogas aos sábados, mas, a par disso, tomaram o hábito de reunir-se também no primeiro dia da
semana judaica (domingo), a fim de celebrarem a ressurreição de Jesus.

Com o decorrer do tempo, foram deixando de comparecer às sinagogas e, consequentemente,
apenas o domingo passou a ser observado por eles. Os que advogam a observância do sábado, talvez se apóiem nas razões anexas do referido mandamento, conforme o Êxodo:
“Porque o Senhor fêz em seis dias o céu, a terra, o mar, e tudo o que neles há, e descansou no sétimo
dia: por isso o Senhor abençoou o dia sétimo, e o santificou.”

Sabe-se, agora, entretanto, que os seis “dias” da criação não foram dias de 24 horas, como alguns ainda. supõem, mas sim longos períodos milenares.
Além disso, em Deuteronômio, as reflexões aduzidas para recomendar esse mandamento são outras, bem diferentes:
“Para que descanse o teu escravo, e a tua escrava, como tu também descansas. Lembra-te de que também serviste no Egito, e que de lá te tirou o Senhor teu Deus.”

Como se vê, aqui não se alude ao sábado como sendo o dia em que o Criador teria descansado de Sua obra; apela-se, simplesmente, para os sentimentos de caridade dos judeus, para que, nesse dia, concedam o merecido descanso igualmente ao elemento servil, inclusive aos animais,
porquanto todos precisam de repouso para o refazimento de suas energias.

O Decálogo, ninguém o ignora, baseia-se na lei natural, e a folga semanal não é mais que uma questão de higiene.
Assim sendo, quer guardemos o sábado (sábado significa descanso), ou o domingo, o que importa é que o façamos segundo o espírito da Lei, e esta o que recomenda é que após seis dias de trabalho, dedicados ao provimento do indispensável ao nosso bem-estar corporal, reservemos pelo menos um dia para o repouso, consagrando-o ao cultivo dos valores espirituais.

Isto, aliás, era o máximo que, naquela época, podia obter-se de homens embrutecidos e materializados cujos ideais se concentravam unicamente na conquista de bens terrenos e que, para consegui-los, não hesitavam em sobrecarregar familiares, servos e animais, obrigando-os a penosas jornadas de
trabalho, de sol a sol, nos 365 dias do ano.

Por incrível que pareça, muitos homens, em pleno século 20, dominados pela ambição, continuam a impor-se tal regime (estendendo-o a outrem, sempre que lhes permitam dar largas ao seu poder de mando), e ainda se
jactam disso, como se fôssem heróis dignos dos maiores aplausos, quando, ao revés, só merecem lástima.

Sim, porque hoje que a vida urbana se caracteriza por uma agitação contínua, exigindo-nos um gasto excessivo de energias físicas e mentais, a necessidade que todos temos de repousar periodicamente tornou-se. maior, e,
daí, o estar-se generalizando a chamada “semana inglesa”, com cinco dias de trabalho e dois de descanso além das férias anuais, que lia alguns decênios já se Constitui um direito universal.

Trabalhemos, pois, “até o limite de nossas forças”, já que o trabalho é uma bênção; cuidemos porém, de evitar a exaustão e a estafa, antes que esses males nos conduzam à neurastenia ou ao esgotamento nervoso.

AS LEIS MORAIS    RODOLFO CALLIGARIS

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