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sábado, 24 de novembro de 2012

LEI DE CONSERVAÇÃO II

Olá,

O homem, porém, no exercício de seu livre arbítrio, frequentemente se
desmanda, cometendo toda sorte de excessos e extravagâncias, resultando daí muitas das doenças que o excruciam e o conduzem à morte, prematuramente.
Mas como nada se perde na economia da. evolução, os sofrimentos
decorrentes dos desregramentos que comete dão-lhe experiência,


 

fortalecem-lhe a razão, habilitando-o, finalmente, a distinguir o uso do abuso.

Poder-se-á dizer que, em certas regiões do globo, o solo, menos fértil, não produz o bastante para a nutrição de seus habitantes e que o grande número de pessoas que nelas sucumbem vitimadas pela fome parece desmentir haja uma Providência Divina a provê-los dos recursos com que cumprirem a lei de conservação da vida.
Tais calamidades ocorrem, de fato, mas não por culpa de Deus, a quem não se pode imputar as falhas de nossa sociedade, na qual uns se regalam com o supérfluo, enquanto outros carecem do mínimo necessário.

Fôssem os homens menos egoístas, não tivessem apenas a máscara de religiosos, e, nessas contingências, prestar-se-iam mútuo apoio, já que a terra e eles mesmos pertencem a uma só familia: a Humanidade.
Além disso, cumpre aos homens aplicarem-se no estudo dos problemas que os afligem a fim de dar-lhes a devida solução, seja aperfeiçoando cada vez mais as técnicas de cultivo da gleba, de modo a conseguirem aumento de produção, seja entregando-se a pesquisas, no sentido de descobrirem outras fontes de alimentos, esforços esses que lhes engrandecerão a inteligência,
assinalando novas etapas no progresso da civilização.

Aceita a. premissa de que a conservaçao da vida é um dever imposto ao homem pela lei natural, poder-se-ia concluir que, em circunstância extremamente crítica, lhe seja lícito, para matar a fome, sacrificar um semelhante?
Não! Isso fora homicídio e crime de lesa-natureza. Em tal caso, antes morrer que matar, pois grande será o nosso merecimento se formos capazes de tão sublime renúncia por amor ao próximo.

E as privações voluntárias, observadas por alguns seguidores de várias religiões, seriam meritórias aos olhos de Deus? Contribuiriam, efetivamente, para a elevação da alma?
Segundo a Doutrina Espírita, todos os usos que prejudiquem a saúde, longe de apressarem o desenvolvimento espiritual, retardam-no, pois solapam as forças vitais de seus praticantes, diminuindo-lhes a disposição para o trabalho, que sempre foi e continuará, sendo o único caminho do progresso.

Objetivando elucidar, o melhor possível, este assunto, perguntou Kardec a seus mentores:
 “Uma vez que não devemos criar sofrimentos voluntários, que nenhuma utilidade tenham para outrem, deveremos cuidar de preservar-nos dos que prevejamos ou nos ameacem ?“
A resposta que obteve, clara e precisa, aqui vai, como fecho de ouro a estas linhas:
“Contra os perigos e os sofrimentos é que o instinto de conservação foi dado a todos os seres.
 Fustigai o vosso espírito e não o vosso corpo, mortificai o vosso orgulho, sufocai o vosso egoísmo, que se assemelha a uma serpente a vos roer o coração, e fareis muito mais pelo vosso adiantamento do que infligindo-vos rigores que já não são deste século”.
(Capítulo 5º, questão 702 e seguintes).

AS LEIS MORAIS    RODOLFO CALLIGARIS

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