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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

VIDA - HUMILDADE

Olá,
A humildade, por força divina, reflete-se, luminosa, em todos
os domínios da Natureza, os quais expressam, efetivamente, o
Trono de Deus, patrocinando o progresso e a renovação.
Magnificente, o Sol, cada dia, oscula a face do pântano sem
clamar contra o insulto da lama; a flor, sem alarde, incensa a
glória do céu. Filtrada na aspereza da rocha, a água se revela mais
pura, e, em seguida às grandes calamidades, a colcha de erva
cobre o campo, a fim de que o homem recomece a lida.
À carência de humildade, que, no fundo, é reconhecimento de
nossa pequenez diante do Universo, surgem na alma humana
doentios enquistamentos de sentimento, quais sejam o orgulho e a
cobiça, o egoísmo e a vaidade, que se responsabilizam pela


discórdia e pela delinquência em todas as direções.
Sem o reflexo da humildade, atributo de Deus no reino do “eu”, a criatura sente-se proprietária exclusiva dos bens que a cercam, despreocupada da sua condição real de espírito em trânsito
nos carreiros evolutivos e, apropriando-se da existência em sentido particularista, converte a própria alma em cidadela de ilusão, dentro da qual se recusa ao contato com as realidades fundamentais da vida.

Sob o fascínio de semelhante negação, ergue azorragues de revolta contra todos os que lhe inclinem o espírito ao aproveitamento das horas, já que, sem o clima da humildade, não se desvencilha
da trama de sombras a que ainda se vincula, no plano da animalidade que todos deixamos para trás, após a auréola da razão.
Possuída pelo espírito da posse exclusivista, a alma acolhe facilmente o desespero e o ciúme, o despeito e a intemperança, que geram a tensão psíquica, da qual se derivam perigosas síndromes
na vida orgânica, a se exprimirem na depressão nervosa e no desequilíbrio emotivo, na ulceração e na disfunção celular, para não nos referirmos aos deploráveis sucessos da experiência cotidiana, em que a ausência da humildade comanda o incentivo à loucura, nos mais dolorosos conflitos passionais.
Quem retrata em si os louros dessa virtude quase desconhecida aceita sem constrangimento a obrigação de trabalhar e servir, a benefício de todos, assimilando, deste modo, a bênção do equilíbrio
e substancializando a manifestação das Leis Divinas, que jamais alardeiam as próprias dádivas.

Humildade não é servidão. É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiandolhe a permanente renovação para o bem.
Cultivá-la é avançar para a frente sem prender-se, é projetar o melhor de si mesmo sobre os caminhos do mundo, é olvidar todo o mal e recomeçar alegremente a tarefa do amor, cada dia.
Refletindo-a, do Céu para a Terra, em penhor de redenção e beleza, o Cristo de Deus nasceu na palha da Manjedoura e despediu-se dos homens pelos braços da Cruz.

Emmanuel/Francisco Cândido Xavier     - Pensamento e Vida -

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