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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

VIDA - OBSESSÃO

Olá,

Observando-se a mediunidade como sintonia, a obsessão é o
equilíbrio de forças inferiores, retratando-se entre si.
Fenômeno de reflexão pura e simples, não ocorre tão somente
dos chamados mortos para os chamados vivos, porque, na essência,
muita vez aparece entre os próprios Espíritos encarnados a se
subjugarem reciprocamente pelos fios invisíveis da sugestão.


A mente que se dirige a outra cria imagens para fazer-se notada e compreendida, prescindindo da palavra e da ação para insinuar-se, porquanto, ambientando a repetição, atinge o objetivo
que demanda, projetando-se sobre aquela que procura influenciar.
E, se a mente visada sintoniza com a onda criadora lançada sobre ela, inicia-se vivo circuito de força, dentro do qual a palavra e a ação se incumbem de consolidar a correspondência, formando o
círculo de encantamento em que o obsessor e o obsidiado passam a viver, agindo e reagindo um sobre o outro.

Não há, por isto, obsessão unilateral. Toda ocorrência desta espécie se nutre à base de intercâmbio mais ou menos completo.
Quanto mais sustentadas as imagens inferiores de um Espírito para outro, em regime de permuta constante, mais profundo o poder da obsessão, de vez que se afastam da justa realidade para o
circuito de sombra em que entregam a mútuo fascínio.
É o mesmo que se verifica com a pedra quando em serviço de gravação. Quanto mais repetida a passagem do buril, mais entranhado o sulco destinado a perpetuar a minudência da imagem.
Lembremo-nos, ainda, do disco comum, em cujas reentrâncias sutis permanecem os sons fixados para repetição à nossa vontade.

Muita vez a mente obsidiada se assemelha à chapa de ebonite, arquivando ordens e avisos do obsessor (notadamente durante o sono habitual, quando liberamos os próprios reflexos,
sem o controle da nossa consciência de limiar), ordens e avisos que a pessoa obsessa atende, de modo quase automático, qual o instrumento passivo da experiência magnética, no cumprimento
de sugestões pós-hipnóticas.
Quanto mais nos rendamos a essa ou àquela idéia, no imo de nós mesmos, com maior força nos convertemos nela, a expressar-lhe os desígnios.
É assim que se formam estranhos desequilíbrios que, em muitas circunstâncias, concretizam moléstia e desalento, aflição e loucura, quando não plasmam a crueldade e a morte.
Toda obsessão começa pelo debuxo vago do pensamento alheio que nos visita, oculto.
Hoje é um pingo de sombra, amanhã linha firme, para, depois, fazer-se um painel vigoroso, do qual assimilamos apelos infelizes que nos aprisionam em turbilhões de trevas.

Urge, pois, que saibamos fugir, desassombrados, aos enganos da inércia, porque o espelho ocioso de nossa vida em sombra pode ser longamente viciado e detido pelas forças do mal que, em nos
vampirizando, estendem sobre os outros as teias infernais da miséria e do crime.
Dar novo pasto à mente pelo estudo que eleve e consagrar-se em paz ao serviço incessante é a fórmula ideal para libertar-se de todas as algemas, pois que, na aquisição de bênçãos para o espírito
e no auxílio espontâneo à vida que nos cerca, refletiremos sempre a Esfera Superior, avançando, por fim, da cegueira mental para a divina luz da Divina Visão.

Emmanuel/Francisco Cândido Xavier      - Pensamento e Vida -

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