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segunda-feira, 27 de maio de 2013

MEDIUNIDADE - Como lidar com os espíritos.

 Olá,

Os espíritos são pessoas e como tais devem ser tratados.
Nem subserviência e adorações doentias, nem tampouco medo como se fossem criaturas sobrenaturais divinizadas. Devemos sempre nos lembrar de que, quando estão encarnados, têm o mesmo grau de dificuldade em viver, como a maioria de nós e nem sempre retornam ligados à religião.
 Assim como tratamos as pessoas devemos fazê-lo com os espíritos desencarnados, a fim de que a relação com eles seja de igualdade.



Costumeiramente se trata os espíritos com certa artificialidade, como se após a morte mudassem de hierarquia ou gozassem de alguma regalia ou privilégio.
Nenhuma reverência a mais que não seja merecida a qualquer pessoa com quem nos relacionamos. Devemos tratá-los com o mesmo respeito e consideração com que tratamos as pessoas, com a mesma naturalidade com que o fazemos na vida social comum.
Assim postulamos a fim de tentar nivelar a relação entre espíritos encarnados e desencarnados, o que
poderia vir a contribuir para diminuir o grau de fascinação e mistificação que pode existir nesse trato.
Para que essa relação seja mais natural é necessário que tornemos o contato com os desencarnados algo comum e que a mediunidade passe a ser encarada como uma faculdade de uso corrente entre nós encarnados.
 A sociedade de encarnados se interpenetra com a dos desencarnados de forma visceral, portanto
 agimos, pensamos, sentimos e nos relacionamos de forma semelhante.
A ausência de conversas naturais e informais com os espíritos desencarnados, sobretudo nas reuniões públicas espíritas, para análise e discussão de temas relevantes, contribuiu para a existência de médiuns que se tornaram verdadeiros oráculos aos quais se recorre para todo tipo de orientação.
 Eles, os médiuns, em pequeno número, passaram assim a ser a via exclusiva por onde transitam as orientações oriundas de Espíritos Superiores.
Isso, muito embora tenha seu valor, por conta de ter gerado uma certa unidade inicial no Movimento Espírita, enviesou o contato com os espíritos desencarnados.
Associamos naturalmente os espíritos à religiosidade e tratamos com eles como se divindades fossem, à moda medieval.
Isso ocorre com a grande maioria dos médiuns e com a quase totalidade dos espíritos. Não falamos com eles como o fazemos com as pessoas encarnadas. Agimos artificialmente e nos condicionamos psiquicamente a aceitar o que venha das pessoas desencarnadas como verdades incontestes.
A religiosidade com que se tratam os espíritos decorre do modo primitivo como sempre se lidou com aquilo que era considerado sobrenatural. O Espiritismo deve mudar essa idéia, mostrando
que todos os fenômenos mediúnicos são naturais e que se assentam em leis perfeitamente compreensíveis e normais.
Por esse motivo devemos tratar os espíritos como pessoas, sem artificialismos nem tratamentos destinados a divindades, os quais são comuns nas religiões politeístas.
Não lhes temer nem lhes atribuir qualquer poder de responsabilidade pela Justiça Divina é fundamental para uma relação psicologicamente sadia. Quando se imagina que são os espíritos os “cobradores” pelo “mal” que fazemos, tendemos a lhes temer a presença e a considerá-los semidivindades.
Não se sabe com quem se lida, visto que as palavras não são suficientes para mostrar uma personalidade. A barreira existente entre a dimensão espiritual e a material impede-nos de ter
uma melhor percepção sobre a personalidade dos espíritos com quem lidamos. A melhor indicação ainda é o conteúdo moral do que dizem, além do que provocam nos médiuns através de quem
se comunicam.
Os espíritos devem também se preocupar com o destino de “seus” médiuns, enquanto pessoas, pois contribuem para a formação da maturidade deles. Alguns espíritos, sob a justa alegação de que a responsabilidade é do médium, não conseguem levar “seus” médiuns ao equilíbrio pessoal e a se tornarem bons cidadãos.
A oração que normalmente se faz para o contato mediúnico, principalmente nas instituições, não deve ser considerada como imprescindível ou como exigência deles, mas como um recurso a
auxiliar na concentração do médium e a melhorar suas condições vibratórias. Esse bom hábito leva a relação para o campo religioso.
Porém, após, deve-se levar a relação para o campo da naturalidade.

PSICOLOGIA E MEDIUNIDADE                                       ADENAUER NOVAES

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