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quinta-feira, 23 de maio de 2013

MEDIUNIDADE - Medo de espíritos desencarnados

 Olá,

A eliminação do medo e a modificação do estado psíquico que se forma no contato com os espíritos pela associação com o sobrenatural são desafios psicológicos de quem lida com a mediunidade.
 Não é muito fácil modificar-se uma tendência arquetípica devido a seu enraizamento no psiquismo ao longo dos séculos de evolução.
É preciso descondicionar-se das reações de pavor



associando à mediunidade um sentimento que contenha alegria e satisfação pessoal.
O medo existente é natural e, portanto, automático. Sua eliminação se dá com um certo tempo de exercício mediúnico.
Fundamental é que seja enfrentado, buscando entender que lidar com espíritos é contactar com pessoas, as quais não poderão nos fazer nenhum mal além daqueles que já existem em nós mesmos.
O estado psíquico que nos coloca diante do sentimento de medo é favorecido por um ou mais complexos psíquicos adquiridos em vidas passadas que necessitam ser dissolvidos.
Dissolver aqueles complexos não é tarefa fácil para um ego frágil.
 É preciso, dentre outras condições psíquicas, ter segurança e autoconfiança suficientes para não ser tomado pelos complexos.
O não querer morrer sempre pertenceu à consciência do ser humano e tudo ele fez e faz para evitar o contato com idéias,  emoções e eventos que porventura o aproximem daquele inevitável fenômeno.
Por outro lado, a mediunidade se enraíza no inconsciente humano e suas manifestações se apresentam à consciência arrastando consigo as experiências aversivas que se encontram associadas ao tema.
Tais experiências se conectam a complexos que promovem a emoção do medo.
 Inevitável então que ele apareça quando a consciência se depara com o fenômeno mediúnico.
A ignorância nos fez conectar ou associar o contato com o espiritual, pela mediunidade, com situações aversivas e que nos causaram pavor no passado atual ou em vidas anteriores.
Condicionamo-nos a essa associação e, por conta disso, não lidamos com o espiritual como algo natural.
Geralmente, quando conseguimos essa naturalidade, utilizamo-nos de um mecanismo de defesa chamado de transferência, que nos leva a tratar do tema com reverência sagrada.
Isto é, passamos do medo à sacralização.
 Ambos são formas externas e extremas de contato.
Em ambas, o medo está presente de modo latente.
O outro, com quem lidamos, não é percebido como tal, mas da forma como a mim é possível aceitá-lo, em face de minha insegurança e ignorância.
Agindo assim, nos sentimos seguros, porém não maduros. Disseminar princípios requer vivenciá-los. Quando quisermos que os princípios espíritas se tornem crença comum, será necessário fazer deles vivências espontâneas e naturais.
 A mediunidade é um fenômeno humano e deve dessacralizar-se para alcançar o nível social que pretendemos.
A sociedade estabelece regras de convivência que paulatinamente se modificam visando a harmonia.
Por enquanto, as regras de convivência com os espíritos têm sido assim, mas gradativamente deverá se modificar, para se tornar algo natural e espontâneo.
 Quando o medo for substituído pelo sentimento de fraternidade, será possível uma relação espontânea.
O sentimento de fraternidade, que vai substituindo o medo, surge quando nos sentimos iguais, sem distinções nem hierarquias. Para isso é preciso não atribuir aos espíritos qualquer poder que não se possa ter, como também não permitir que a culpa e a falsa humildade se apresentem na relação com eles. Costumamos nos sentir inferiores a eles por conta das culpas que carregamos e por achar que eles não as possuem. Achamos que são eles nossos juízes. Surge, no momento do contato, a idéia de um juízo
final bíblico. Associamos os espíritos à morte e esta ao julgamento final. É um condicionamento que precisamos extinguir. Na desencarnação não haverá julgamento final, nem tampouco estaremos diante de algum tribunal.
A vida continua. O julgamento que existe é aquele que naturalmente fazemos a todo o momento
e continuaremos a fazer após a morte. Não é somente diante dela que se faz uma avaliação da própria vida. Essa avaliação deve ser feita a todo o momento e sempre. Não devemos temê-la, pois
somos nossos próprios juízes, cujas leis a serem obedecidas se encontram em nossa própria consciência. É preciso não outorgar aos espíritos desencarnados, de qualquer hierarquia, o poder de
nos julgar ou de decidir sobre nossa existência.
O medo pode ser descondicionado à medida que nos sentimos mais maduros e responsáveis pelo nosso próprio destino. É necessária a consciência da autodeterminação.
Autodeterminação é a base para um ego estruturado. Uma pessoa autodeterminada assume as consequências de seus atos e age adequadamente para atingir seus objetivos, sem agredir a ninguém
nem a si próprio, construindo sua felicidade.

PSICOLOGIA E MEDIUNIDADE                            ADENAUER NOVAES

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