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quinta-feira, 16 de maio de 2013

MEDIUNIDADE - Obsessão e transtornos psíquicos

Olá,

Não é simples diferenciar no ser humano aquilo que é psicológico do que é psicopatológico.
A linha divisória inexiste e os fenômenos que afetam uma pessoa podem não afetar outra.
 Tudo se passa no mundo íntimo de cada um, e a forma como se lida internamente com os eventos externos, será fator de desequilíbrio ou não. Se já é difícil diferenciar o psicológico do psicopatológico, muito mais o é estabelecer a influência da mediunidade em ambos os casos.


A rigor, a mediunidade está presente tanto nos fenômenos psicológicos comuns, como também, e principalmente, nos complexos processos psicopatológicos. Psicológico, psicopatológico e mediúnico são campos que se interpenetram e que merecem estudos interdisciplinares sem preconceitos, tanto
pelos espíritas quanto pelos psiquiatras e psicólogos.
Há muito que se aprender se houver disposição isenta de rejeições de parte a parte.
Como bem denominou Allan Kardec a obsessão é o “domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar.”
 O Livro dos Médiuns, Cap. XXIII, p.297, 52ª Edição, 1985, FEB.

Qualquer ser humano está suscetível à obsessão, pois as influências espirituais na vida cotidiana são comuns e ocorrem a todo o momento. Algumas pessoas são mais frágeis e imaturas psiquicamente e, portanto, mais suscetíveis àquele domínio, tendo dificuldades em evitar que se tornem alvos fáceis da obsessão.
Os meios de fazê-lo estão à disposição de qualquer um, desde que eduque seu sentir, seu pensar e seu agir. Difícil distinguir ou separar um transtorno psíquico da obsessão, tendo em vista, não só pelas semelhanças das causas que os provocam, como também pelas características comuns dos
sintomas que apresentam. Pode-se afirmar, sem receio de errar, que eles ocorrem simultaneamente nos portadores de um e de outro. A interseção entre as afecções psíquicas e a obsessão é maior do que se supõe e é um equívoco tratar-se de uma desprezando-se a outra.
As obsessões, como os transtornos psíquicos, são classificadas de acordo com a intensidade e tipo de sintomas que apresentam.
Quanto mais constrangimentos apresentem à liberdade de escolha e limitação da vontade do indivíduo que delas ou deles são vítimas, mais difícil sua cura. As causas se localizam nas atitudes atuais e pregressas da pessoa, principalmente quando elas feriram o direito de alguém ou agrediram as leis de Deus. Os espíritos que provocam as obsessões assim procedem, na maioria dos casos, por vingança pelo que sofreram em outras existências, por estarem sofrendo e quererem que outros sofram e por
covardia.
Pelos efeitos que produzem pode-se identificar se uma pessoa está sob obsessão.
São sinais característicos da obsessão:

1. Falhas freqüentes no curso, conteúdo ou forma do pensamento, com conseqüentes perturbações no contato com a realidade;

2. Alterações freqüentes de comportamento à revelia da pessoa, gerando constrangimentos e dificuldades em viver a normalidade cotidiana;

3. Perturbações psicóticas (alucinações, delírios persecutórios, audição de vozes, etc.), que provoquem dificuldades de conciliação com a normalidade do ego;

4. Alterações constantes da senso-percepção, promovendo constantes distorções na qualidade e quantidade do que é captado pelos cinco sentidos;

5. Sintomas característicos da Síndrome de Pânico (taquicardia, sensação de asfixia, medo sem causa aparente, suor frio nas extremidades, medo de sair sozinho, etc.), provocando alterações na vida diária;

6. Sensações típicas da mediunidade não educada (vide capítulo ´Sinais e sintomas característicos da mediunidade´), perturbando a vida e as relações da pessoa;

7. Alterações constantes na quantidade e qualidade do sono, provocando insônias ou o dormir em quantidade além do habitual;

8. Recorrências em distúrbios descritos pela Psiquiatria como Transtornos Mentais, exceto aqueles cujas causas se devem a problemas neurológicos e aos congênitos.

A gradação proposta por Allan Kardec é uma síntese que resume os efeitos típicos das obsessões provocadas pelos espíritos desencarnados.
Ele classifica as obsessões em três tipos: obsessão simples, fascinação e subjugação.
 A característica principal da obsessão simples é a tenacidade na agressão espiritual a
alguém, perpetrada por um ou mais espíritos.

Na fascinação é a ilusão do pensamento, falta de autocrítica, provocando situações ridículas e constrangedoras ao indivíduo, bem como o afastamento de quem possa esclarecê-lo.

 Já na subjugação ocorre a paralisia da vontade, imposição de atitudes constrangedoras, provocando,
na maioria dos casos, o surto psicótico ou a loucura.

A classificação proposta pela Psiquiatria em relação aos Transtornos Psíquicos é bem abrangente em face de fazê-la exclusivamente pelos sintomas, sem que se refira àquelas provocadas pela obsessão espiritual. Em alguns transtornos relacionados pode-se observar que se trata de obsessão espiritual.
 A Psiquiatria teria muito a aprender com o Espiritismo, porém este terá que desdobrar em muito seus princípios para poder efetivamente ajudar àqueles que se encontram obsedados.
Acreditar que a Psicologia e a Psiquiatria são capazes, com os conhecimentos até então por elas resumidos, de resolver os transtornos psíquicos sem atentar para a obsessão, está na mesma
medida equivocada de achar que se pode tratar a obsessão sem resolver os conflitos psicológicos do indivíduo.
Não basta encaminhar o obsidiado ao tratamento de passes e assistir a reuniões espíritas públicas, enquanto se intercede em seu favor nas reuniões mediúnicas de desobsessão. Acresce a essas práticas as recomendações de realizar o Evangelho no Lar, além de que o doente faça a chamada reforma íntima. Por si só, isso tudo pode ser insuficiente, e na maioria dos casos o é, se não houver um outro trabalho psicológico de análise dos processos psíquicos que predispõe o indivíduo à obsessão, tais como: suas
culpas, seus medos, seus complexos inconscientes etc.
Os tratamentos psicológicos e psiquiátricos, para os graves transtornos psíquicos, nos quais a obsessão está presente, são frágeis. Um complementa o outro. O estudo da faculdade mediúnica e seus efeitos sobre o psiquismo humano serão de grande valia à Psicologia Clínica e à Psiquiatria, que virão a ser, como pensava Allan Kardec, as verdadeiras ciências da Alma.

PSICOLOGIA E MEDIUNIDADE                                        ADENÁUER NOVAES

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