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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

MEDIUNIDADE - A LUCIDEZ IV

Olá,

INTUIÇÃO

O estudo da faculdade de intuição comporta vastas explanações; porém, devido ao exíguo limite deste trabalho somos obrigados a nos limitar a uma ligeira síntese.
No esforço da evolução o homem veio do instinto, adquiriu mais tarde a razão e caminha agora para a intuição, que, todavia, apenas se vislumbra no horizonte.
O momento que vivemos, em sentido geral, é de pleno domínio da razão, em que as forças intelectivas



preponderam: porém alguns homens há, mais evoluídos, que já se governam, mais ou menos conscientemente, pelo uso desta faculdade mais perfeita.
No estudo da intuição não cabe lugar para os termos correntes tão apreciados de “consciência, sub-consciência e inconsciência” no sentido restritivo que se lhes dá, porque as realizações espirituais verdadeiras não dividem a mente mas, ao Contrário, a unificam, a dilatam, para integrá-la na
mente universal.
A intuição é a percepção da verdade universal, total, e qualquer vislumbre que dela se tenha é uma partícula dessa verdade inteiriça, muito embora quando manifestada em relação a um caso particular ou isolado.
A verdade total tem poder e autoridade em si mesma e não comporta restrições de qualquer natureza; e por isso o homem de intuição não discute nem analisa suas manifestações mas, simplesmente, obedece.
A obediência às manifestações da intuição é uma das condições fundamentais do desenvolvimento e ampliação dessa faculdade no indivíduo.
Um conhecimento mental pode ser adquirido pelo estudo, pela aplicação, pelo raciocínio, pela observação, pela experimentação; a intuição, porém, não depende de nada disso: é unicamente um conhecimento infuso, ou melhor, é um discernimento espontâneo de uma verdade pacífica e única.
As mulheres em geral são mais intuitivas que os homens, porque se deixam governar mais pelo sentimento que pela razão e a intuição não é um produto da razão, mas do sentimento; é mesmo um sentimento que se tem em certos momentos e circunstâncias, de determinado assunto, ou determinada
situação, e quanto mais aflitiva ou imperiosa e urgente for a situação, mais alto e rápida falará a intuição, apontando o verdadeiro caminho ou a verdadeira solução.
Mas, o que é intuição e donde vem ela?
Já o dissemos: é uma voz interior que fala e que deve ser obedecida sem vacilações; é um sentimento íntimo que temos a respeito de certa coisa ou assunto; é a verdade cósmica, divina, existente em nosso Eu, em forma potencial, porque Deus é a verdade unica e eterna e Ele está derramado em toda a criação universal, da qual somos uma partícula viva, operante e sensível.
A intuição é a nossa ligação direta e original com Deus assim como a Razão é a nossa ligação com o mundo.
O homem é um ser limitado pelos seus corpos orgânico e fluídico; mas o ponto que não atinge com o braço, atinge-o com a inteligência e onde a inteligência não alcança, alcança a intuição.
Como Espírito, pois, possui ele vastos poderes.
O conhecimento vindo pelo intelecto nos faz conhecer o mundo ambiente, ao passo que a intuição nos dá o discernimento das coisas divinas; o primeiro se estriba na razão que mediu, pesou, dividiu, analisou, concluiu; o segundo porém se apoia na fé, porque somente crê e confia.
A razão é metódica, mecânica, limitada, mas a intuição é intrínseca, ilimitada, independente, acima de qualquer lei, pleniciente.
O campo da razão vai até onde a inteligência alcança, mas o da intuição não tem limites, porque é o campo da consciência universal.
Por isso às vêzes a razão diz “sim” quando a intuição diz “não, quando um a fala “prudência” a outra ordena “confiança”: uma diz: “raciocina primeiro”; mas a outra determina: “crê e segue”.
Uma é sombra sempre vacilante, outra é luz sempre clara; uma duvida e se nega, outra confia e se entrega.
Uma se exerce no campo de mente limitada, outra na esfera do espírito livre, que não obedece a convenções, preconceitos ou leis humanas.
Porque a razão é a lei, ao passo que a intuição, em certo sentido, é a graça.
O apóstolo Paulo sempre se referia a homens que vivem debaixo da lei e realizam atos de acôrdo com a lei, mas apontava sempre como verdadeiro o caminho da graça, mediante o qual se deve ser honesto não por haver leis contra a desonestidade; virtuosos não por haver leis contra a licença;
verdadeiros não por haver leis contra a mentira; mas porque a graça eleva o sentimento humano e o purifica acima mesmo da lei; porque há um plano de vida espiritual não afetado pela lei, um reino acima da lei onde só imperam predicados do espírito emancipado do erro.
O homem funciona em três planos a saber: o físico, o mental e o espiritual, que correspondem respectivamente ao instinto, à razão e à intuição; mas a verdade total, essencial, divina, só é percebida pelo homem de intuição.
O homem do futuro, isto é, o homem renovado, que se venceu a si mesmo, vencendo a dominação da matéria grosseira, será um homem de intuição.
Quando a intuição fala, ela não se limita somente ao aspecto local ou parcial dos problemas, mas abarca o que está atrás e na frente, atinge o aspecto total, segundo a projeção do indivíduo no campo geral de sua evolução.
É difícil localizarmos, no corpo físico, a região ou o órgão por intermédio do qual se exerce a intuição. O órgão do intelecto é o cérebro e podemos dizer que a razão tem sede nesse órgão. Mas, quando à intuição, a não ser que exerça pelas glândulas pineal e pituitaria ( Glândula geradora e controladora de energias psíquicas que, ligada à mente através do eletromagnetismo do campo vital, comanda as forças do subconsciente e supre de energias psíquicas todos os órgãos vitais do organismo humano.) (órgãos das manifestações mediúnicas) talvez sua sede seja no cerebelo,
órgão sensório supra-normal, que no futuro tende a desenvolver-se.
Amor, fé e intuição, eis pois as características sublimadas do homem espiritual.
O homem de intuição resolve seus problemas com elementos que obtém do plano divino, ao passo que o da razão os resolve segundo os recursos da própria inteligência humana ligada às coisas do mundo.
Tanto mais o homem fecha seus ouvidos às vozes do mundo material, tanto mais se abre no seu interior a voz sublime dessa preciosa faculdade do espírito. Tanto mais o espírito se revela a si mesmo e se integra no Cosmo, tanto mais se une a Deus.
Diz Alexis Carrel, um dos mais acatados expoentes da ciência oficial, a respeito desta maravilhosa faculdade: “É evidente que as grandes descobertas científicas não são unicamente obras da inteligência. Os sábios de gênio, além do dom de observar e de compreender, possuem outras qualidades, como a intuição e a imaginação criadora. Por meio da intuição apreendem o que os
outros homens não vêem, apercebem relação entre fenômenos aparentemente isolados, sentem inconscientemente a presença do tesouro ignorado. Todos os grandes homens são dotados do poder intuitivo. Sabem sem raciocínio e sem análise o que lhes importa saber”.
E prossegue: “As descobertas da intuição devem ser sempre desenvolvidas pela lógica. Tanto na vida corrente como na ciência, a intuição é um meio de adquirir conhecimentos de grande poder, mas perigosos. Por vezes é difícil distingui-la da ilusão. Aqueles que só por ela se deixam guiar estão expostos ao erro. Mas aos grandes homens ou aos simples de coração puro pode ela conduzir aos mais elevados cumes da vida mental ou espiritual”. (O Homem, esse desconhecido).
Ouçamos agora “A Grande Síntese” de Pietro Ubaldi.
“No mundo da matéria temos, em primeiro lugar, fenômenos; depois a vossa percepção sensória e, por fim, através de vosso sistema nervoso, convergindo no sistema cerebral, a vossa síntese psíquica —a
consciência. Até aqui chegastes no terreno da pesquisa científica e da experiência quotidiana. Não errou o vosso materialismo quando viu nessa consciência uma alma filha da vossa vida física e destinada, como esta, a extinguir-se.
“Se descermos mais no fundo deparamos com a consciência latente, que, está para a consciência externa, clara, como as ondas elétricas para as ondas acústicas. A essa consciência mais profunda pertence a intuição, que é o meio de percepção ao qual, como também já vos disse, necessário se faz chegueis para que o vosso conhecimento possa avançar”.
Pois, para esse reino de plena consciência, é que a intuição leva e o faz por um caminho tão claro e tão horizontal que até mesmo os cegos jamais se desviam da rota.
Mas sua voz só pode ser ouvida no silêncio, na pureza e na intimidade do sêr, condições incompatíveis com os rumores do mundo. Débil ao princípio, se for sempre obedecida sem vacilações e com confiança, irá aos poucos se avolumando, ganhando força crescente e acabará por ser ouvida em qualquer circunstância e a qualquer hora, apontando ao indivíduo a orientação mais segura, mais elevada e mais reta, abrindo-se como uma flor às claridades e ao calor do sol supremo.
Das faculdades mediúnicas é a mais elevada e a mais perfeita, porque põe o indivíduo não mais e somente em contacto com coisas e seres do mundo espiritual mas, direta e superiormente, com a essência divina das realidades.

MEDIUNIDADE           EDGAR  ARMOND

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