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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

MEDIUNIDADE - A INCORPORAÇÃO II

Olá,

FORMA CONSCIENTE

É a mesma mediunidade errôneamente denominada intuitiva.
O Espírito comunicante aproxima-se do médium, não mantém contacto perispiritual e, telepaticamente, transmite as idéias que deseja enunciar.  O médium telepaticamente as recebe e, com palavras suas, fraseado, ademais e estilo próprios, faz a transmissão com maior ou menor fidelidade e clareza.


Após a transmissão da idéia original o Espírito não pode influir na retransmissão porque não pode agir sobre o médium senão pelo pensamento.
Esta é a mediunidade dos tribunos, dos pregadores, dos catedráticos e, na forma escrita, dos escritores e poetas; a mediunidade, enfim, daqueles que manifestam “inspiração momentânea”.
É muito comum taxarem de mistificação uma comunicação qualquer porque o médium empregou palavras suas, termos que constantemente usa e às vezes de forma sistemática e invariável. Mas já dissemos que as palavras, o modo de coordená-las, o estilo, etc., devem ser seus mesmo; nem nada há que estranhar, neste caso, porque qualquer um de nós também se acostuma a falar de um certo modo, repetir certas palavras ou frases, fazer certos gestos.
 Há professores que abrem e encerram suas aulas sempre de determinada maneira e usando sistematicamente as mesmas frases; pregadores e tribunos que fazem sempre os mesmos gestos, usam das mesmas figuras, analogias e exemplos.
Semelhantemente há Espíritos que iniciam e encerram suas comunicações sempre do mesmo modo, saudando no início e no final, nos mesmos termos, sendo que isso, aliás, vem a servir justamente para identificá-los.
Outra coisa que criticam é o emprego pelo médium de termos chãos, muitas vezes inadequados, e erros de pronúncia e de concordância, etc. Isso tudo é muito natural porque nem todos os médiuns, desta classe são cultos, havendo mesmo uma grande maioria que é inculta.
Neste caso, como falar corretamente, se quem fala é o médium e não o Espírito?
Ao Espírito pertencem somente as idéias e não as palavras.
E isto ainda somente quanto à forma, porque, quanto ao fundo, à essência, ao substrato, pode suceder que o médium recebendo uma idéia elevada, transcendente, para transmitir, não a compreenda bem, não penetre bem em seu verdadeiro sentido e venha a deturpá-la; como também no seu vocabulário
acanhado e restrito não encontre palavras para expressá-la; ou ainda, mesmo vencendo todas estas dificuldades, venha a fracassar no delinear os limites, o alcance, o significado profundo da idéia, do que resultará expressá-la de forma rudimentar ou insuficiente.
E, se o médium for culto, pode também suceder que a falha seja do Espírito comunicante: se este for atrasado, ignorante, inculto, como poderá transmitir coisas elevadas, requintadas?
Nesta classe de mediunidade ‘é sempre preferível, todavia, que o médium seja culto porque assim terá mais facilidade e eficiência para traduzir, através de um entendimento amplo e um vocabulário rico, as idéias ‘transmitidas  telepaticamente pelo Espírito, já que a forma de transmissão telepática é
essencialmente sintética e, muitas vêzes, alegórica.
Vejamos o que diz Kardec sobre este particular:
 “Quando encontramos em  um médium o cérebro povoado de conhecimentos adquiridos na sua vida atual e o seu espírito rico de conhecimentos latentes, obtidos em vidas anteriores, de natureza a nos facilitar as comunicações, dele de preferência nos servimos, porque com ele o fenômeno da comunicação se nos torna muito mais fácil do que com o médium de inteligência limitada e de escassos conhecimentos anteriormente adquiridos”.
Ouvimos assim o Codificador Kardec, escrevendo há um século atrás.
Ouçamos agora Ramatis, espírito autorizado que coopera conosco, nos nossos dias, no setor da propagação doutrinária e que é ainda mais detalhado e categórico.
Diz êle:
“A repressão ao animismo dificultará grandemente as tarefas mediúnicas e por isso não deve ser feita. O Mediunismo não dispensa a colaboração do médium, o qual jamais deve ser um simples autômato, um “robô”.
“Os guias espirituais têm alto interesse em desenvolver as qualidades morais dos médiuns, dos quais se servem e esse trabalho, na maioria das vezes, é ainda mais importante que o próprio exercício da mediunidade. Muitas vezes os guias protelam revelações do Alto ou avançamento de conhecimentos
à espera que os médiuns primeiramente revelem seu adiantamento no campo da evangelização e do conhecimento espiritual. O esforço contínuo para o cumprimento dos deveres morais é sempre o que mais esperam dos médiuns dos quais se servem.
“Nos casos de mediunidade consciente, quando coincidem idéias, índoles, pensamentos e conhecimentos entre os guias e os médiuns, estes, ao dar as comunicações, se tornam imediatamente mais animados, eloquentes e entusiasmados porque se encontram em terreno conhecido; mas, ao contrário, cai o entusiasmo, formam-se hiatos e lacunas e surgem dificuldades até de falar, quando o espírito trata de assunto desconhecido, ou complicado.
“Os guias não se preocupam em eliminar o animismo dos seus médiuns; o que importa é que estes progridam espiritualmente a ponto de aqueles poderem subscrever o resultado de seus trabalhos, quando perfeitos.
“Como os médiuns devem caminhar com seus próprios pés e progredir sempre os guias estão sempre a lhes oferecer oportunidades de produzir cousas próprias, mostrar o que valem. Por isso os médiuns devem se esforçar constantemente em melhorarem seu padrão de conhecimentos, sua cultura
doutrinária e suas qualidades morais, para que o que produzam mereça o endosso dos guias.
“Às vezes os guias, muito de propósito, deixam lacunas e vazios no curso de uma comunicação para que os médiuns completem a tarefa, continuando na explanação do assunto ou do tema com seus próprios recursos, demonstrando sua capacidade de compreensão e exposição, sem deturpar as idéias
fundamentais dos guias.
“Assim, constantemente encorajados e postos à prova, os médiuns acabam por esposar pessoalmente, em público, tudo quanto assimilaram dos seus respectivos guias, identificando-se com eles. Desta forma, aos poucos, os mentores vão aumentando o crédito de confiança que depositam nos
intérpretes e lhe oferecendo campo de trabalho cada vez mais amplo e importante. Isto é o que faz o progresso mediúnico individual.
“Muitas vezes os mentores fazem um contacto inicial com os médiuns, transmitem-lhes as primeiras idéias do tema e se afastam, sem se desligarem, para ver como seus pupilos se desembaraçam da tarefa, por si mesmos. Se tudo vai bem, deixam que assim vá e, ao final, aproximam-se de novo e
endossam tudo o que foi dito, com suas características de identidade pessoal.
“O esforço do trabalho mediúnico, como se vê, é sempre recíproco e benéfico a todos. Os guias, nestes casos, agem como pais solícitos que ensinam os filhinhos a andar, amparando-lhes os primeiros passos.
“Outra cousa a dizer: a mediunidade não se desenvolve unicamente à hora do trabalho: está sempre presente para ser utilizada e as responsabilidades das tarefas obrigam o médium a estar sempre em comunhão com o messianismo do Cristo, exemplificando sacrifício e renúncia. Somente assim
haverá bons resultados e os guias poderão endossar o trabalho dos medianeiros. Jamais eles subscrevem o animismo inferior, de médiuns que não cogitam da melhoria espiritual.
“Muitas vezes a tarefa dos médiuns é preparada previamente, durante o dia do trabalho, nos encontros pessoais, nas leituras, nas meditações e até mesmo nas vicissitudes. Tudo serve para a organização do tema da noite.
 Entretanto, quando o médium tem cultura e é flexível no recebimento telepático, esse trabalho preparatório pode ser dispensado; nestes casos os guias transmitem o que querem, no próprio momento da comunicação, tendo em vista, é claro, a natureza e a capacidade de compreensão do auditório. Melhor médium é o que recebe com mais facilidade as idéias do guia e as interpreta pessoalmente com
mais fidelidade e perfeição”
 Comunicação recebida pelo médium Hercílio Maes.

Como se vê, do que fica dito, tanto o médium como o Espírito, nestes casos de mediunidade consciente, cada um faz o que pode, cumpre o seu dever nos limites de suas possibilidades individuais; mas o que importa saber sobretudo é que — se a idéia central transmitida pelo Espirito não foi
modificada, deturpada, a comunicação é autêntica e perfeitamente aceitável.
Esta forma de mediunidade consciente é aquela que mais permite interferência dos fatores sub-conscientes do médium, que se costuma denominar de “animismo” e que tem servido de motivo para se bater, injustamente, na tecla da mistificação; mas, pelo modo segundo o qual consideramos a mediunidade, bem se vê que isso não tem importância alguma.
Não importa, repetimos, que entrem na transmissão elementos de forma ou de fundo que venham do próprio médium, já que é de sua própria capacidade individual que se aguarda a melhor ou pior maneira de veicular a idéia do Espírito comunicante. É claro que ele, médium, será obrigado a utilizar-se de todos os elementos que possuir no campo psíquico para cumprir sua tarefa da melhor forma possível.
E àqueles que, por deficiência de conhecimentos sobre o assunto, são fáceis em admitir a mistificação por parte dos médiuns conscientes; e aos próprios médiuns conscientes que, por uma questão de escrúpulo, duvidam de si mesmos e muitas vezes, por isso se abstêm do trabalho mediúnico, dando
causa a lamentáveis recalques e fracassos de ordem espiritual, cabe aqui perguntar como se pode saber, com segurança, onde termina a influência exercida pelo Espírito, sobre o médium, no ato do trabalho mediúnico e onde começa  a interferência deste, nos casos em que ela se dá?
Por outro lado se animismo é interferência de elementos vindos da alma do médium, e excluída a mistificação deliberada, representará o animismo algo pernicioso à manifestação da mediunidade, ou à autenticidade do fenômeno espírita?
Cremos que não e até concluímos pela negativa porque neste caso, quanto mais animismo mais sensibilidade e quanto mais sensibilidade mais mediunidade.

MEDIUNIDADE           EDGAR ARMOND/ESPÍRITOS DIVERSOS

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