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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Doutrina espírita - Transição II

Olá,

153 –Se a hora da morte não houver chegado, poderá o homem perecer sob os perigos que o ameacem?
-Nos aspectos externos da vida, e desde que o Espírito encarnado proceda de conformidade com os ditames da consciência retilínea e do coração bem intencionado, sem a imponderação dos precipitados e sem o egoísmo dos ambiciosos, toda e qualquer defesa do homem reside em Deus.

154 –Quais as primeiras impressões dos que desencarnam por suicídio?
-A primeira decepção que os aguarda é a realidade da vida que se não extingue com as transições da morte do corpo físico, vida essa agravada por tormentos pavorosos, em virtude de sua decisão tocada de suprema rebeldia.
Suicidas há que continuam experimentando os padecimentos físicos da última hora terrestre, em seu corpo somático, indefinidamente. Anos a fio, sentem as impressões terríveis do tóxico que lhes aniquilou as energias, a perfuração do cérebro pelo corpo estranho partido da arma usada no gesto supremo, o peso das rodas pesadas sob as quais se atiraram na ânsia de desertar da vida, a passagem das águas silenciosas e tristes sobre os seus despojos, onde procuraram o olvido criminoso de suas tarefas no mundo e, comumente, a pior emoção do suicida é a de acompanhar, minuto a minuto, o processo da decomposição do corpo abandonado no seio da terra, verminado e apodrecido.
De todos os desvios da vida humana, o suicido é, talvez o maior deles pela sua característica de falso heroísmo, de negação absoluta da lei do amor e de suprema rebeldia à vontade de Deus, cuja justiça nunca se fez sentir, junto dos homens, sem a luz da misericórdia.

155 –O receio da morte revela falta de evolução espiritual?
-Nesse sentido, não podemos generalizar semelhante definição.
No que se refere a esses receios, somos obrigados a reconhecer, muitas vezes, as razões aduzidas pelo amor, sempre sublime na sua manifestação espiritual.
Todavia, não é justo que o crente sincero se encha de pavores ante a idéia de sua passagem para o plano invisível aos olhos humanos, sendo oportuno o conselho de uma preparação permanente do homem para a vida nova que a morte lhe apresentará.

156 –Os Espíritos logo após a sua desencarnação ficam satisfeitos pela possibilidade de se comunicarem conosco?
-De um modo geral, muito reduzido é o número das criaturas humanas que se preparam para as emoções da morte, no desenvolvimento dos seus trabalhos comuns na Terra e, frequentemente, as meditações da enfermidade não bastam para uma situação de perfeita tranquilidade, nos primeiros tempos do além túmulo. Eis o motivo por que tão salutares se fazem a vossas reuniões de estudo e de evangelização, às quais concorre grande número de irmãos nossos, ansiosos por uma palavra da Terra, porquanto as impressões que trazem do mundo não lhes permitem a percepção dos mentores elevados, das mais altas esferas espirituais.

157 –Os Espíritos desencarnados podem ouvir-nos e ver-nos quando querem?
Como procedem para realizar semelhante desejo?
-Isso é possível, não quando querem, mas quando o mereçam, mesmo porque, existem espíritos culpados que, somente muitos anos após o desprendimento do mundo, conseguem a permissão de ouvir a palavra amiga e confortadora dos seus irmãos ou entes amados, da Terra, a fim de se orientarem no labirinto dos sofrimentos expiatórios. O comparecimento de uma entidade recém desencarnada, às reuniões do Evangelho, já significa uma bênção de Deus para o seu coração desiludido, porquanto essa circunstância se faz acompanhar dos mais elevados benefícios para a sua vida interior.
Quanto ao processo do seu contacto convosco, precisamos considerar que os seres do Além-Túmulo; em sua generalidade, para se comunicarem nos ambientes do mundo, adaptam-se ao vosso modo de ser, condicionando suas faculdades à vossa situação fluídica na Terra; razão pela qual nesses instantes,
na forma comum, possuem a vossa capacidade sensorial, restringindo as suas vibrações de modo a se acomodarem, de novo, ao ambiente terrestre.

158 –Se uma criatura desencarna deixando inimigos na Terra; é possível que continue perseguindo o seu desafeto, dentro da situação de invisibilidade?
-Isso é possível e quase geral, no capítulo das relações terrestres, porque, se o amor é o laço que reúne as almas nas alegrias da liberdade, o ódio e a algema dos forçados, que os prende reciprocamente no cárcere da desventura.
Se alguém partiu odiando, e se no mundo o desafeto faz questão de cultivar os germens da antipatia e das lembranças cruéis, é mais que natural que, no plano invisível, perseverem os elementos da aversão e da vindita implacáveis, em obediência às leis de reciprocidade, depreendendo-se daí a necessidade do perdão com o inteiro esquecimento do mal, a fim de que a fraternidade pura se manifeste através da oração e da vigilância, convertendo o ódio em amor e piedade, com os exemplos mais santos, no Evangelho de Jesus.

159 –No caso das perseguições dos inimigos espirituais, a ação deles se realiza sem o conhecimento dos nossos guias amorosos e esclarecidos?
-As chamadas atuações do plano invisível, de qualquer natureza, não se verificam à revelia de Jesus e de seus prepostos, mentores do homem na sua jornada de experiências para o conhecimento e para a luz.
As perseguições de um inimigo invisível têm um limite e não afetam o seu objeto senão na pauta de sua necessidade própria, porquanto, sob os olhos amoráveis dos vossos guias do plano superior, todos esses movimentos têm uma finalidade sagrada, como a de ensinar-vos a fortaleza moral, a tolerância,
a paciência, a conformação, nos mais sagrados imperativos da fraternidade e do bem.

160 –Os Espíritos desencarnados se dividem, igualmente, nas esferas mais próximas da Terra, em seres femininos e masculinos?
-Nas esferas mais próximas do planeta, as almas desencarnadas conservam as características que lhes eram mais agradáveis nas atividades da existência material, considerando-se que algumas, que perambulam no mundo com uma veste orgânica imposta pelas circunstâncias da tarefa a realizar junto às criaturas terrenas, retomam as suas condições anteriores à reencarnação, então enriquecidas, se bem souberam cumprir os seus deveres do plano das dores e das dificuldades materiais.
Dilatando, porém, a questão; devemos ponderar que os espíritos, com esses ou  aqueles traços característicos; estão em marcha para Deus, purificando todos os sentimentos e embelezando as próprias faculdades, a fim de refletirem a luz divina, transformando-se, então, nessas ou naquelas condições, em perfeitos executores dos desígnios do Eterno.

 EMMANUEL/FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER            “O CONSOLADOR”

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