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sábado, 26 de abril de 2014

Mediunidade - Qualidade no exercício mediúnico

Olá,

A condição essencial para ser alcançado o nível de bom médium, isto é, daquele que tem facilidade
para as comunicações, conforme considerava o emérito Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, é resultado do esforço empreendido para a sua transformação moral para melhor.
Enquanto vicejem nos sentimentos do candidato à realização da atividade mediúnica enobrecida os sentimentos de hostilidade, de melindre, de suspeitas, de ciúme e todo o séquito nefasto do ódio, do ressentimento, da vingança, a sintonia psíquica defluirá dessas ondas que se expressam como irradiação mental negativa, atraindo forças perturbadoras semelhantes, que passarão a dominar-lhe a conduta física e emocional, levando-o a compreensíveis transtornos psicológicos e a enfermidades desnecessárias.

Inegavelmente, cada indivíduo respira no campo das próprias exteriorizações mentais e morais, eliminando e reabsorvendo as energias que lhe tipificam o nível de evolução espiritual.
Envolto nas teias dos pensamentos servis, ser-lhe-á difícil estabelecer largas faixas vibratórias elevadas e sutis, que proporcionem a captação das ideias e dos sentimentos procedentes
da erraticidade superior, onde se movimentam os Guias da Humanidade, encarregados do progresso e da felicidade das criaturas humanas. Pelo contrário, mergulhará nas camadas grosseiras defluentes das ondas comportamentais emitidas pelos espíritos doentes e desorientados, entre os quais aqueles que se comprazem nas ações inquietantes e perversas de que padecem todos quantos se lhes associam
pela identidade vibratória.
O exercício mediúnico, por outro lado, não pode ficar adstrito aos breves espaços em que se realizam as reuniões semanais especializadas, porque, sendo orgânica a faculdade, se é médium em todos os dias e em todos os momentos, durante o período em que permaneçam os recursos dessa natureza.
Desse modo, torna-se imprescindível a manutenção das forças específicas, mediante a educação emocional, através dos propósitos acalentados, no esforço que lhe cabe empreender para a superação das más tendências, passando a merecer a proteção e a assistência dos Mentores da Vida Maior, que contribuirão com segurança em favor de sua mais ampla maleabilidade psíquica, facultando-lhe o intercâmbio valioso.
Os equipamentos que constituem a faculdade mediúnica são muito delicados, portadores de conexões eletrônicas, decorrentes de emissões eletroquímicas de algumas glândulas endócrinas, que se expressam através dos neurônios cerebrais, merecendo cuidados especiais, a fim de que as altas
cargas tóxicas e nervosas não as desestruturem, ao impacto da violência das emoções e da rebeldia dos sentimentos aturdidos.
De igual maneira, a transformação das sensações grosseiras em emoções elevadas constitui valioso recurso para a permanência da sincronização dos equipamentos que facultam a captação e a transmissão das comunicações espirituais.
Por isso, a disciplina mental favorecendo o controle das ideias e imagens elaboradas, a permuta de identificação espiritual, ampliam as possibilidades de mais segura vinculação com as Fontes Superiores da Imortalidade.
Lentamente, em face da conduta equilibrada, sem os altibaixos da leviandade, assim como das interferências inferiores promovidas pelos Espíritos insensatos e perseguidores, torna-se mais fácil ao médium a conquista da afeição dos seus Guias, que passam a estabelecer programações valiosas,
sabendo, desde logo, que podem contar com a cooperação desse instrumento dedicado sempre que se torne necessária.
Em se tratando de pessoa dócil ao seu comando e disposta a servir sem reclamação nem azedume, transforma-se em membro da família do Bem, graças à sua dedicação ao trabalho de iluminação de consciências e de libertação da ignorância, sempre disposto a oferecer o seu contributo espontâneo, assim que seja requisitado.
No sentido oposto, enquanto permanece a conduta ondulante e instável, faz-se mais credor de compaixão e necessidade, não dispondo dos requisitos, mínimos que sejam, para os compromissos sérios e constantes na área da dignificação moral. Não havendo conseguido refrear os impulsos ancestrais que ainda lhe dominam a vontade e o interesse, não possui condições próprias para o
desempenho das tarefas que exigem abnegação e devotamento, renúncia e luta.
Quando a responsabilidade não lhe caracteriza o comportamento, optando pela insensatez, a faculdade mediúnica transforma-se em campo de perturbação de vária expressão, culminando pela morbidez da obsessão sutil, a princípio, para depois agravar-se, tornando-se subjugação dolorosa.
Todo cuidado deve ser tomado pelo médium sério, que deseja manter-se em equilíbrio a serviço da vida, evitando sevícias morais produzidas pelos espíritos inferiores que buscarão atormentá-lo, disparando-lhe contínuos e bem direcionados dardos mentais capazes de lhe prejudicarem a
saúde física, o comportamento, a emoção e a mente.
Nesse sentido, a vigilância, a oração e o cultivo dos bons pensamentos constituem-lhe recursos valiosos que não podem ser desconsiderados, ao lado do trabalho perseverante dedicado à edificação em favor do seu próximo, num como no outro plano da vida.
O bom médium adiciona aos compromissos de cidadão útil a consciência da paranormalidade que lhe cabe desenvolver a benefício próprio, de começo, e, por fim, de natureza geral.
O exercício da mediunidade deve produzir indizível bem-estar, por proporcionar a sintonia com as elevadas esferas espirituais, nas quais o medianeiro haure conforto, inspiração e inefável alegria de viver, em decorrência dos conteúdos psíquicos e emocionais que frui.
Saber-se instrumento útil, conduzido por sábios obreiros da Luz e da Verdade, com tarefas específicas, transforma-se-lhe em formosa razão para mais e melhor servir.
A convivência frequente com esses nobres mentores, que o inundam de ideias felizes e de energias saudáveis, proporciona-lhe emoções inabituais, caracterizadas pela euforia, que se desdobra em sentimentos de amor e de compaixão, de lídima fraternidade e de ternura, de perdão e de caridade.
Vivenciando, no dia a dia, essas emoções, durante os parciais desdobramentos pelo sono fisiológico, participa da vida espírita, operando ao lado dos seus benfeitores, movimentando-se no Grande Lar e prosseguindo na aprendizagem, bem como fixando preciosos conhecimentos que o enriquecem e capacitam para mais feliz desempenho na caminhada terrestre.
Médium, a todo momento, a sua torna-se uma existência produtiva, iluminada, estésica, podendo enfrentar os desafios e os sofrimentos que lhe cabe vivenciar com real satisfação.
A dor não o esmorece, a calúnia e as perseguições não o molestam, as enfermidades não o amofinam, as ingratidões não o aturdem, o abandono não o isola, afastando-o dos seus compromissos humanos, sociais, profissionais e espirituais...
Compreende as ocorrências dolorosas como necessárias ao seu aprimoramento moral, mais afadigando-se na entrega ao ministério abraçado, confiando integralmente em Deus e submetendo-se-lhe aos desígnios sublimes.
O bom médium, desse modo, qualifica-se para alcançar os estágios superiores que o conduzirão ao apostolado da mediunidade, ao mediumato.
Tropeços, instabilidade, desgostos, sofrimentos não são dos médiuns exclusivamente. Todas essas e outras ocorrências fazem parte do processo de evolução dos Espíritos comprometidos com as Soberanas Leis.
Graças, porém, à mediunidade, mais fácil torna-se--lhe a aceitação das provas expurgadoras, por facultar--lhe resgatar o mal que praticou anteriormente, através do bem que ora se encontra realizando.
Ao lado desse benefício, o carinho, a gratidão e o afeto dos Espíritos que o utilizam, intercedem em seu favor e cercam-no de bênçãos, de tal modo que, em vez de crer-se ao abandono, menos feliz, constata que avança a largos passos para a conquista da plenitude sob o comando de Jesus, o excelente Médium de Deus.

Divaldo P. Franco/ Manoel P. Miranda                        Mediunidade: desafios e bênçãos

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