Digite aqui o assunto do seu interesse:

terça-feira, 20 de maio de 2014

Mediunidade - Advertência aos médiuns

Olá,

Allan Kardec afirmou com sabedoria que "a mediu-nidade é simplesmente uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos dúctil aos espíritos em
geral". (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXIV, Item 12.)
Por essa e outras razoes, os médiuns não se podem vangloriar de haverem sido eleitos como missionários da Nova Era, deixando-se sucumbir aos tormentos da fasci-nação sutil ou extravagante.

A atividade mediúnica, por isso mesmo, constitui oportunidade abençoada para o aperfeiçoamento intelecto moral do indivíduo, que se permitiu dislates em reencar-nações anteriores, comprometendo-se em lamentáveis situ-ações espirituais.
A mediunidade é, portanto, um ensejo especial para a autorrecuperação, devendo ser utilizada de manei-ra dignificante, em cujo ministério de amor e de caridade será encontrada a diretriz de segurança para o reequilí-brio do ser humano.



Quando se trata de mediunidade ostensiva, com mais gravidade devem ser assumidos os deveres que lhe dizem respeito, porquanto maior se apresenta a área de serviço a ser desenvolvido.
Em qualquer tipo de realização nobilitante sempre se enfrentam desafios e lutas, em razão do estágio evolu-tivo em que se encontram os seres humanos e o planeta terrestre. É natural que haja alguma indiferença pelo que é bom e elevado, quando não se apresentam hostilidades em trabalho impeditivo da sua divulgação.
Sendo a mediunidade um recurso que possibilita o intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual, apesar de as mentes desprevenidas ou ainda arraigadas na per-versidade tudo investirem para impedir que o fenôme-no ocorra de maneira saudável, ela proporciona os meios para restabelecer a ordem moral e confirmar-se a imor-talidade do espírito, propondo-lhe equilíbrio e venturas no porvir.
Não são poucos os obstáculos a serem transpos-tos por todo aquele que se candidata ao relevante labor mediúnico. Os primeiros encontram-se no seu mundo íntimo, nos hábitos doentios a que se acostumou no pre-térito, quando permaneceu distanciado dos deveres mo-rais, criando problemas para o próximo, que resultaram em inquietações para si mesmo na atualidade. A luta a ser travada para a superação do desafio ninguém vê, ex-ceto aquele que está empenhado no combate em favor da autolibertação, impondo-se a necessidade de rigorosas disciplinas que possam proporcionar-lhe novas condutas saudáveis, capazes de facilitar-lhe a execução das tarefas espirituais sob a responsabilidade e o comando dos Men-sageiros do Senhor.

O estudo consciente da faculdade mediúnica e a vivência dos requisitos morais são, a seguir, outro grande desafio, por imporem condições de humildade no desempenho das tarefas, tomando sempre para si as informações e advertências que lhe chegam do Mais Além, ao invés de transferi-las para os outros.
O médium sincero, mais do que outro lidador la-borioso em qualquer área de ação, encontra-se em cons-tante perigo, necessitando de aplicar a vigilância e a ora-ção com frequência, de modo a manter-se em paz ante o cerco das entidades ociosas e vingadoras da erraticidade inferior. Isto porque, comprazendo-se na prática do mal, a que se dedicam, as mesmas transformam-se em inimi-gos gratuitos de todos aqueles que lhes parecem ameaçar a situação em que se encontram.
Por isso mesmo, a prática mediúnica reveste-se de seriedade e de entrega pessoal, não dando espaço para o estrelismo, as competições doentias e as tirânicas atitu-des de agressão a quem quer que seja...
Devendo ser passivo, o médium, a fim de bem cap-tar o pensamento que verte das Esferas Superiores, cuida do próprio comportamento, que se deve caracterizar pela jovialidade, pela compreensão das dificuldades alheias, pela compaixão em favor de tudo e de todos que encontre pelo caminho.
As rivalidades entre médiuns, que sempre existiram e continuam, defluem da inferioridade moral dos mes-mos, porque a condição mais relevante a ser adquirida é a de servidor incansável, convidado ao trabalho na seara por Aquele que é o Senhor.
Examinar com cuidado as comunicações de que se faz portador, evitando a divulgação insensata de te-mas geradores de polêmica, a pretexto de revelações re-tumbantes, já que defendê-los constitui inadvertência epresunção, por considerar-se como o vaso escolhido para as informações de alto coturno que o mundo espiritual libera, somente quando isso se faz necessário. Jamais es-quecer, quando incluído nessa categoria, que o caráter da universalidade do ensino, conforme estabeleceu o mestre de Lyon, é fundamental para demonstrar a qualidade e a origem do ensinamento, se pertencente a um espírito ou se, em chegando o momento da sua divulgação entre as criaturas humanas, procede da espiritualidade superior.
Quando se sente inspirado a adotar comporta-mentos esdrúxulos, informações fantasiosas e de difícil confirmação, materializando o mundo espiritual como se fosse uma cópia do terrestre e não ao contrário, cer-tamente está a desserviço do Bem e da divulgação do Espiritismo.
O verdadeiro médium espírita é discreto, como convém a todo cidadão digno, evitando, quanto possível, o empenho em impor as revelações de que se diz instru-mento.
De igual maneira, quando o médium passa a defender-se, a criticar os outros, a autopromover-se, a considerar--se melhor do que os demais, encontra-se enfermo espiritu-almente, a caminho de lamentável transtorno obsessivo ou emocional.
A sua sensibilidade é considerada não apenas pelo fato de receber os Espíritos Superiores, mas pela facili-dade de comunicar-se com todos os espíritos, conforme acentua o insigne codificador.
Assim deve considerar, porque a mediunidade é, em si mesma, neutra, podendo ser encontrada em todos os tipos humanos, razão pela qual não se trata de uma faculdade espírita, porém humana, que sempre existiu em todas as épocas da sociedade, desde os tempos mais remotos até os atuais.
No trabalho silencioso e discreto do atendimento aos sofredores, seja no seu quotidiano em relação aos compa-nheiros da romagem carnal, seja nas abençoadas reuniões de atendimento aos desencarnados em agonia, assim como àqueles que se rebelaram contra as Leis da vida, encontrará o medianeiro sincero inspiração e apoio para a desincum-bência da tarefa que abraça.
Dedicando-se ao labor da caridade sem jaça, granjeia o afeto dos espíritos elevados que passam a protegê-lo sem alarde e a inspirá-lo nos momentos de dificuldades e de so-frimentos, consolando-o nos testemunhos e na solidão que, não raro, dominam-lhe as paisagens íntimas.
Consciente da responsabilidade que lhe diz respeito, não se preocupa com as louvaminhas e os aplausos da le-viandade, em agradar aos poderosos e aos insensatos que o buscam, por compreender que está a serviço da verdade, que, infelizmente, ainda, como no passado, não existe lugar para a sua instalação. Dessa forma, mantém-se fiel à sua implantação interna, vivendo-a de maneira jovial e enrique-cedora, dando mostras de que o Reino dos Céus instala-se a princípio no coração, de onde se expande para o mundo transcendente.
Tem cuidado na maneira pela qual exterioriza as in-formações recebidas, dando-lhes sempre o tom de natura-lidade e de equilíbrio, evitando o deslumbramento que a ignorância em torno da sua faculdade sempre reveste com brilho falso os que são seus portadores.
Jamais deve permitir-se a presunção, acreditando-se irretocável, herdeiro da memória e dos valores dos missioná-rios do passado próximo ou remoto, tendo em Jesus-Cristo e não em pessoa alguma o seu guia e modelo.
Despersonalizar-se para que nele se reflita a figura incomparável do Mestre de Nazaré, eis uma das metas a conquistar, recordando-se de João Batista, que informou a necessidade de se "diminuir para que Ele crescesse", conside-rando-se indigno de atar as amarras das Suas sandálias...
A mediunidade é instrumento que se pode transfor-mar em vínculo de luz entre a Terra e o Céu, ou em furna de perturbação e sofrimento onde se homiziam os invigilan-tes e desalmados, em conflitos e pugnas contínuas.
A faculdade, em si mesma, é portadora de grande potencialidade para proporcionar a felicidade, quando o indivíduo que a aplica no Bem procura servir com bon-dade e alegria, evitando a disputa das glórias mentirosas do mundo físico, assim como os desvios de conduta res-ponsáveis pelas quedas morais da sua aplicação indevida.
As trombetas do mundo espiritual ressoam hoje como em todos os tempos nas consciências alertas, con-vocando os corações afetuosos para o grande empreendi-mento de iluminação de vidas e de sublimação de senti-mentos, atenuando as dores expressivas deste momento de transição de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração.
Aos médiuns dignos e sinceros cabe a grande tare-fa de preparar o advento da Era Nova, conforme o fize-ram aqueles que se tornaram instrumento das mensagens libertadoras que foram catalogadas por Allan Kardec, nos seus dias, elaborando a Codificação espírita, e que se mantêm atuais ainda hoje, prosseguindo certamente pelos dias do futuro.
Que os médiuns, pois, se desincumbam do com-promisso e não da missão, como alguns levianamente o interpretam, gerando simpatia e solidariedade, unindo as pessoas que constituem uma grande família, e sustentan-do-lhes a sede e a fome de luz e de paz, de esperança e de amor, como somente sabem fazer os Guias da Humani-dade a serviço de Jesus.

Divaldo P. Franco/ Manoel P. de Miranda                                    Mediunidade: desafios e bênçãos 

Deixe seu comentário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário ou dúvida. Terei prazer em respondê-lo.