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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Bem Viver - Comportamentos exóticos

Olá,

A dependência psicológica do morbo da queixa, traduzindo insegurança e instabilidade emocional, leva a estados perturbadores que se podem evitar, mediante o cuidado na elaboração das idéias e do otimismo na observação das ocorrências.
O queixoso perdeu o endereço de si mesmo, transferindo-se para os departamentos da fiscalização da conduta alheia.
Síndrome compulsiva para aparecer, o paciente oculta-se na mentirosa postura de vítima ou na condição de portador de conduta inatacável, escorregando pela viciação acusadora, que mais lhe agrava o distúrbio no qual estertora.
Da simples fixação do erro e apenas dele — conforme afirma o brocardo popular, enxerga uma agulha num palheiro — modifica o comportamento perdendo a linha convencional do que é correto e saudável para viver de maneira alienada, cultivando exotismos, dando largas ao inconsciente, responsável pelas repressões que se transformaram em mecanismos de afirmação da personalidade.
Saúde, em realidade, é estado de bom humor, com inalterável tolerância pelas excentricidades dos outros e seus correspondentes erros.

O homem saudável sobressai pela harmonia e otimismo em todas as situações, mantendo-se equilibrado, sem os azedumes perturbadores, os ademanes chamativos, nem as agravantes manifestações anômalas.
A doença caracteriza-se pela inarmonia em qualquer área da pessoa humana, gerando os distúrbios catalogados nos diferentes departamentos do corpo, da mente, da emoção.
A insegurança, a frustração, os complexos de inferioridade, perturbando o equilíbrio psicológico, transferem-se para as reações nervosas, manifestando-se em contrações musculares, fixações, repetições de gestos, palavras e conduta alienadoras, que degeneram nas psicoses compulsivas, específicas, cada vez mais constritoras, em curso para o desajuste total...
O excêntrico é ser atormentado, ególatra; frágil, que se faz indiferente; temeroso, que se apresenta com reações imprevisíveis; insensível, que se recusa enfrentar-se. Ignora os outros e vive comportamentos especiais, como única maneira de liberar os conflitos em que se aturde.
A psicoterapia própria, reajustadora, apresenta-se propondo-lhe uma revisão de valores culturais e sociais, envolvendo-o no grupo familiar e nos problemas da comunidade, a fim de que rompa a carapaça da dissimulação e assuma as responsabilidades que interessam a todos, tornando-se célula harmônica, ativa, ao invés de manter-se em processo degenerativo, ameaçador...
Atavicamente herdeiro dos hábitos pretéritos, conduz, de reencarnações infelizes, excentricidades multiformes, como arquétipos do inconsciente coletivo que, no entanto, são gerados por ele próprio.
Nessa área, surgem os distúrbios do sexo, predominando a psicologia à morfologia, caracterizando biótipos extravagantes, que chamam a atenção pelo desvio de conduta, por fenômeno psicológico de não aceitação de sua realidade, compondo uma personificação que agride aos outros, e a si mesmo se realiza em fenômeno de autodestruição.
A exibição não é apenas uma forma de assumir o estado interior, psicológico, mas, também, de chocar, em evidente revolta contra o equilíbrio mente-corpo, emoção-função fisiológica...
Por extensão, a compulsão psicótica leva-o à extroversão exagerada, em todas as formas da sua comunicação com o mundo exterior, pondo para fora os conflitos, mascarados em expressões que lhe parecem afirmar-se perante si mesmo e as demais pessoas.
Outrossim, algumas dessas personalidades exóticas fazem-se isoladas onde quer que se encontrem, evitando o relacionamento com o grupo, em postura excêntrica, de natureza egoísta.
Exigem consideração, que não dispensam a ninguém; auxílio, que jamais retribuem; gentilezas, que nunca oferecem, sendo rudes, mal-humorados, insensíveis e presunçosos.
Essa é uma fase adiantada do comportamento exótico, que exige mais acentuada terapia de profundidade.
Nesse estágio da conduta, os sonhos são-lhes caracterizados pela necessidade tormentosa de conseguirem a realização plenificadora, que não atingem.
Devaneios íntimos povoam-lhes o campo onírico, referto de transtornos e pesadelos, que mais os inquietam quando no estado de consciência lúcida.
Os fatos da infância ressurgem-lhes fantasmagóricos, e a imagem da mãe, excessivamente dominadora ou tragicamente benévola, que transferiu para o rebento suas frustrações e nele passou a realizar-se, anelando para a felicidade do ser querido tudo aquilo quanto não fruiu, neurótica, portanto, na sua estrutura maternal.
A psicoterapia deve apoiar-se na busca da conscientização do paciente, para que assimile novos hábitos, empenhando-se em harmonizar a sua natureza interior com a sua realidade exterior, exercitando-se no convívio social sem a tentação de destacar-se, sendo pessoa comum, identificada com os objetivos normais da vida, que escolherá conforme as próprias aptidões, trabalhando com esforço a modelagem da nova personalidade.
O desenvolvimento da criatividade contribui para o ajustamento da personalidade ao equilíbrio, gerando o enriquecimento interior, que anulará os condicionamentos viciosos.
Sem dúvida, o acompanhamento do psicólogo assim como do analista atentos lhe propiciará o encontro com o eu profundo e seus conteúdos psíquicos, liberando-se das heranças neuróticas e dos condicionamentos psicóticos.
O homem e a mulher saudáveis têm comportamento ético, sem pressão, e tornam-se comuns, sem vulgarizarem-se.

Joanna de Ângellis/Divaldo P. Franco O Ser Consciente

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