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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Mediunidade - Mediunidade e privilégios

Olá,

" Médiuns interesseiros não são apenas os que porventura exijam uma retribuição fixa; o interesse nem sempre se traduz pela esperança de um ganho material, mas também pelas ambições de toda sorte, sobre as quais se fundem esperanças pessoais. É esse um dos defeitos de que os Espíritos zombeteiros sabem muito bem tirar partido e de que se aproveitam com uma habilidade, uma astúcia verdadeiramente notáveis, embalando com falaciosas ilusões os que desse modo se lhes colocam sob a dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade concedida para o bem e os bons Espíritos se afastam de quem pretenda fazer dela um degrau para chegar ao que quer que seja, que não corresponda às vistas da Providência.
O egoísmo é a chaga da sociedade; os bons Espíritos a combatem; a nin-guém, portanto, assiste o direito de supor que eles o venham servir. Isto é tão racional, que inútil fora insistir mais sobre este ponto. "

O L. M. Questão nº 306

Todos estamos concordes em que a Doutrina Espírita revive agora o  Cristianismo puro; no entanto, há muita gente que lhe estranha a organização, sem  os chamados valores nobiliárquicos que assinalam a maioria das instituições  terrestres.
A força de se iludirem com a idolatria, que sempre nos custa caro, muitos  companheiros, menos vigilantes, desejariam condecorar trabalhadores da Nova  Revelação, criando galerias para o relevo pessoal. E se pudessem determinar o rumo  das coisas, no consenso opinativo, decerto que há muito estaríamos mobilizando  doutrinadores­chefes e médiuns­titulares, com as nossas casas de serviço perdendo  tempo em mesuras e rapapés.
Entretanto, não há uma só frase na Codificação Kardequiana em que se  recomende tratamento especial a esse ou àquele médium porque fale com mestria ou  materializa desencarnados, porque transmita força curativa ou psicografe livros  renovadores.
A preocupação fundamental dos emissários divinos, na formação de nossos  princípios, foi, aliás, edificar moralmente a instrumentação mediúnica em bases de  simplicidade e desinteresse, para que ela “corresponda às vistas da Providência”.
Não existem, desse modo, médiuns maiores ou médiuns menores,  favorecendo, entre nós, a constituição de prerrogativas e castas.
Tanto na mensagem do Evangelho, quanto na mensagem do Espiritismo, o  que prevalece, acima de tudo, é a responsabilidade para cada um de nós.
Responsabilidade de sentir e pensar, de falar e fazer. Não temos o direito de  enfeitar os outros com os brasões da excessiva confiança, para que realizem o  trabalho que nos compete.
Por essa razão, todos os operários da construção espírita são respeitáveis.  Os doutrinadores que se esmeram em socorrer um irmão obsidiado, através
de entendimento particular, estão fazendo obra idêntica aos que usam brilhantemente  a palavra, arrebatando multidões, e os médiuns que grafam compêndios santificantes  não são superiores àqueles outros que se consagram à restauração dos enfermos.
Sustentar a ideia espírita, indene de qualquer imaginária fidalguia para  aqueles que a servem, é dever para todos nós.
Na formação cristã não sobraram privilégios para ninguém.
O próprio Cristo, que se revelou pelo que fez e pelo que deixou de fazer,
não se furtou ao sacrifício e à humilhação.
Algum tempo depois dele, Tiago, filho de Zebedeu, foi assassinado,  Estêvão caiu sob injúrias e pedras, Simão Pedro foi conduzido ao martírio extremo e Paulo de Tarso tombou, sob golpes de espada, por estarem, todos eles, ensinando a  verdade e praticando o bem.
Hoje, não podemos precisar de que modo desencarnarão os médiuns  espíritas ocupados em tarefa libertadora das consciências, mas é importante que  vivam atendendo aos próprios deveres, para que recebam corretamente a morte,  quando não seja na palma do heroísmo, pelo menos na dignidade do trabalho  edificante.

Emmanuel/Francisco C. Xavier             Seara dos Médiuns

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