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domingo, 13 de dezembro de 2015

Nova Era - TOLERÂNCIA E COERÊNCIA

Olá,

" Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem? "
É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se torna
apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma
pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la.
Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes. – São Luís (Paris, 1860.)    O E.S.E.  - Cap. X - Item 21

Compreender e desculpar sempre, porque todos necessitamos de compreensão e
desculpa, nas horas do desacerto, mas observar a coerência para que os diques da
tolerância não se esbarrondem, corroídos pela displicência sistemática, patrocinando a
desordem.
Disse Jesus: "amai os vossos inimigos".
E o Senhor ensinou-nos realmente a amá-los, através dos seus próprios exemplos de
humildade sem servilismo e de lealdade sem arrogância.
Ele sabia que Judas, o discípulo incauto, bandeava-se, pouco a pouco, para a esfera dos
adversários que lhe combatiam a mensagem renovadora...
A pretexto de amar os inimigos, ser-lhe-ia lícito afastá-lo da pequena comunidade, a fim
de preservá-la, mas preferiu estender-lhe mãos fraternas, até a última crise de deserção,
ensinando-nos o dever de auxiliar aos companheiros de tarefa, na prática do bem,
enquanto isso se nos torne possível.
Não ignorava que os supervisores do Sinédrio lhe tramavam a perda...
A pretexto de amar os inimigos, poderia solicitar-lhes encontros cordiais para a discussão
de política doméstica, promovendo recuos e concessões, de maneira a poupar
complicações aos próprios amigos, mas preferiu suportar-lhes a perseguição gratuita,
ensinando-nos que não se deve contender, em matéria de orientação espiritual, com
pessoas cultas e conscientes, plenamente informadas, quanto às obrigações que a
responsabilidade do conhecimento superior lhes preceitua.
Certificara-se de que Pilatos, o juiz dúbio, agia, inconsiderado...
A pretexto de amar os inimigos, não lhe seria difícil recorrer à justiça de instância mais
elevada, mas preferiu aguentar-lhe a sentença iníqua, ensinando-nos que a atitude de
todos aqueles que procuram sinceramente a verdade não comporta evasivas.
Percebia, no sacrifício supremo, que a multidão se desvairava...
A pretexto de amar os inimigos, era perfeitamente cabível que alegasse a extensão dos
serviços prestados, pedindo a comiseração pública, a fim de que se lhe não golpeasse a
obra nascente, mas preferiu silencia e partir, invocando o perdão da Providencia Divina
para os próprios verdugos, ensinando-nos que é preciso abençoar os que nos firam e orar
por eles, sem, contudo, premiar-lhes a leviandade para que a leviandade não alegue
crescimento com o nosso apoio.
Jesus entendeu a todos, beneficiou a todos, socorreu a todos e esclareceu a todos,
demonstrando-nos que a caridade, expressando amor puro, é semelhante ao sol que
abraça a todos, mas não transigiu com o mal.
Isso quer dizer que fora da caridade não há tolerância sem coerência.

Emmanuel/Francisco C. Xavier " Opinião espírita "

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