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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Mediunidade - REMORSO E LOUCURA

Olá,

Na classificação das psicopatogêneses das alienações mentais, os conflitos exercem preponderância, especialmente aqueles que defluem do comportamento exterior divergente da forma pessoal de ser da criatura.
Assim, o remorso, mesmo quando significa o despertar da razão pelos complexos mecanismos que desencadeia, é fator de perturbação emocional, no além-túmulo,
levando o espírito à loucura.
O desvestir-se da ilusão e o simultâneo enfrentamento da realidade produzem choque psicológico que aturde mais gravemente quando o paciente espiritual dá-
-se conta dos prejuízos causados tanto a si mesmo como aos outros.

Ações perniciosas que, a seu tempo, apresentavam-se como as únicas compatíveis com as ocorrências; traições venais que resultaram em prazeres rápidos, deixando lesados
profundamente aqueles que as padeceram; conciliábulos nefastos que redundaram em desgraça para outros; subornos que corromperam ingênuos ou débeis morais, infelicitando-os; manipulações com objetivos inferiores que culminaram em alucinações ou homicídios nefandos, enfim, toda ação degradante que se consubstanciou em sofrimento desnecessário para o próximo, quando examinada
pela leitura do remorso, converte-se em ácido a requeimar a consciência que, desaparelhada de equipamentos morais elevados, desajusta-se, permitindo que se instalem no futuro cérebro físico as distonias da loucura a experienciar...
Não apenas esse acontecimento tem lugar no mundo material, mas também e, principalmente, no espírito após a desencarnação.
Anestesiada pelo ódio ou pela jactância, pelo orgulho ferido ou pela astúcia, a consciência se liberta dos vapores que a obnubilavam e, repassando as experiências vividas durante a vilegiatura fisiológica no mundo sensorial, desestrutura-se.
Os fatos mais vigorosos que se fixaram no inconsciente afloram e os reexamina sob a óptica do arrependimento, abrindo espaço para a instalação do remorso dissolvente, que leva ao desespero, pela falta de oportunidade momentânea de reparação, empurrando a vítima para a loucura em espírito.
Escritores perversos que induziram mentes despreparadas ao crime, às paixões primitivas, à obscenidade; atores insensíveis que personificaram indivíduos cruéis e degradados, que voltaram a influenciar o público galvanizado pelo seu desempenho; artistas e poetas, médicos e terapeutas
infelizes que propuseram o suicídio como solução para os sofrimentos; sacerdotes da ciência e da fé que corromperam, que praticaram a eutanásia e o aborto, que fomentaram o desrespeito às Leis da Vida; periodistas que se fizeram modelo da degradação humana, infelicitando vidas em floração,
enfim, todos esses campeões dos triunfos terrestres mentirosos despertam além do túmulo e, dando-se conta dos atos ignóbeis que praticaram, ao acordarem para a realidade que ora enfrentam, ficam tomados de horror por si mesmos e fogem para lugar nenhum, enlouquecidos, hebetados...
Isto quando não ocorre serem aguardados pelas vítimas que tombaram no fosso escuro e hediondo das suas propostas e tramas, apresentando-se-lhes dementadas ou com aspecto vil, acusando-os, ameaçando cobrar-lhes o desvario, desejando vingar-se, o que se lhes transforma em carga insuportável para os limites da consciência torpe que buscam anular no corredor da alucinação...
É certo que muita hediondez é concebida e praticada no mundo sob a inspiração dos espíritos maus. No entanto, convém ressaltar que essa ocorrência é resultado da afinidade, da sintonia que proporcionam àqueles que se lhes transformam em parceiros, quando poderiam optar pelo Bem que se encontra em toda parte, assim como pela inspiração contínua que verte do Alto em direção a todas as criaturas.
Mais grave se apresenta o problema quando os incursos nos gravames são religiosos que têm conhecimento da sobrevivência da alma à morte do corpo, informados da Divina Justiça e da colheita que cada um realiza compulsoriamente após a sementeira humana.
Os espiritualistas em geral, e os espiritistas em particular, quando se comportam irregularmente, mascarando os erros e os males que se permitem com bem urdida dissimulação e hipocrisia, mais rapidamente enfrentam os tresvarios transferidos de lugar vibratório, sem deles poderem
fugir, desequilibrando-se ao recordá-los, ao serem dominados pelo áspero remorso.
Para albergar a imensa mole desses espíritos que enlouquecem após a desencarnação, entidades nobres vêm edificando clínicas psiquiátricas especializadas no Além, para recolherem os desafortunados que se permitem iludir, mantendo comportamento duplo, falando corretamente e
agindo criminosamente, escondidos, disfarçados, mas não ignorados por eles próprios, pela consciência.
O grande juiz do ser está nele ínsito, insculpido.
Os atos se lhe inscrevem no ser e constituem-lhe a realidade intransferível da qual ninguém se pode evadir.
Considerando a gravidade da questão, Jesus foi muito claro, quando afirmou: "As obras que eu faço em nome de meu Pai dão testemunho de mim", conforme anotações de João, no cap. 10, vers. 25, das suas narrativas evangélicas.
Ele, que é o Ser por excelência, recusou as disputadas honrarias terrestres, as vãs titulações humanas, havendo preferido a convivência com os sofredores e infelizes, à competição com os ludibriados pela ilusão, consciente de que somente os valores eternos - o amor, a beneficência, o perdão, a misericórdia e a caridade - permanecem como verdadeiro triunfo após a cruz dos testemunhos e provas pelos quais todos deverão passar.
Dessa forma, medite-se seriamente em torno da conduta e do pensamento individual, trabalhando a
consciência para liberá-la de futuro remorso cruel que leva à loucura.

Manuel P. de Miranda/Divaldo P. Franco             " Mediunidade: Desafio e Bênçãos "

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