Digite aqui o assunto do seu interesse:

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Mediunidade - POSTURAS

Olá,

É justo que o frequentador de reunião mediúnica permaneça, o tempo inteiro, desejando comunicações de Espíritos que tenham ligações com ele?
Causa-nos surpresa, muitas vezes, a qualidade das Comunicações nas práticas mediúnicas. Normalmente, alguém que tem uma mãe, um pai ou irmão desencarnado, quando passa a frequentar uma reunião mediúnica espera logo que venha o familiar conversar com ele para dar-lhe uma prova da imortalidade da alma e, por conseguinte, da continuidade da vida além da sepultura.

Raramente isso acontece. As comunicações que ocorrem são geralmente de Espíritos sofredores.
Por que será? Por uma razão muito lógica: a prática mediúnica não se destina a dar fé a quem não a tem; a sua finalidade é de ordem terapêutica para o atendimento aos desencarnados que sofrem. Daí, ser dividida em duas partes: a de educação mediúnica, também conhecida como de desenvolvimento, e a de desobsessão, funcionando como terapia para os problemas psíquicos.

 Quando o doutrinador perceber no médium, durante a comunicação, alguns exageros de expressão, tendências ao descontrole, como deverá proceder?

O doutrinador se desloca até próximo do médium e, caso o Espírito esteja a impulsioná-lo a falar muito alto, dirá:
 — "Não é necessário gritar".
 Se o Espírito retrucar dizendo:
 — "Eu vou fazer isto ou aquilo...",
o doutrinador contra-argumentará, e quando exceder dos limites apelará para o médium:
 — "Peço para reagir. Controle um pouco".
Isto porque o Espírito utiliza o estado de excitação nervosa do sensitivo e, a medida em que se comunica, vai apossando-se do seu sistema nervoso central, assim como do sistema simpático, provocando um mal-estar que vai tomando conta da aparelhagem mediúnica. Não havendo os cuidados necessários, poderá acontecer exacerbação de comportamentos culminando na quebra de utensílios existentes no recinto. Apelando-se para o médium, produz-se um choque capaz de alertá-lo, levando-o a se controlar e a controlar melhor o comunicante.
Quando o médium concentra-se mentalmente, há uma irradiação da aura. Com a aproximação do Espírito, o psiquismo deste mistura-se com a aura do sensitivo.
À medida que a concentração se firma, funciona como um ímã atraindo a limalha de ferro. Desta maneira, o Espírito mais adere ao médium, porém não entra no seu corpo. Imantando-se, a sua energia psíquica toma conta do sistema nervoso do sensitivo e provoca as reações automáticas, as contorções, as batidas de mesa, o desespero.
Deve ser ressaltado que durante a comunicação, o Espírito encarnado está sempre vigilante. Ele não sai para que o outro entre. Apenas se afasta um pouco, e neste interstício do perispírito é que se dá a comunicação.
Apelando-se para o médium, ele tem que reagir imediatamente, colaborando efetivamente para normalizar os excessos existentes.
O médium não deve esquecer-se que é passivo, não se molestando com as observações do doutrinador, que, por sua vez, pode e deve orientá-lo após a prática mediúnica, dizendo mais ou menos assim:
— "Hoje, eu notei que as comunicações não foram muito seguras; notei umas tintas anímicas; dei-me conta que você estava muito intranquilo e não se concentrou com o aprimoramento habitual".
 A seu turno, não cabe ao médium achar logo que se trata de uma censura.
Certa vez fui constrangido a ser rude: numa das nossas reuniões mediúnicas, determinada comunicação não foi satisfatória e eu, de forma natural, com muita delicadeza, disse ao médium, no final:
— "Pareceu-me que hoje você não estava bem!".
Respondeu-me, o sensitivo, com um toque de grosseria:
 — "Por acaso você está achando que eu estava mistificando?".
Retruquei-lhe: — "Estou. Não era minha intenção dizer isso, mas, em verdade foi uma mistificação, embora sem nenhuma intenção premeditada".
A pessoa tomou um choque e então eu complementei:
— "Pois é, ia conversar sobre o assunto com toda a gentileza. Por que razão você se referiu à mistificação? Isto comprova que no seu inconsciente você sabia não ser uma comunicação autêntica. Nunca obrigue ninguém a ser rude com você".
Na realidade não era uma comunicação mediúnica no sentido exato da palavra; não existia má fé, porque a pessoa não programara aquilo que fora dito.
Quando o médium, concentrado, sentir o estímulo, e ele próprio acelerar as ideias, isto não é uma comunicação, nem tampouco animismo, é uma mistificação do "ego" consciente. Por esta razão é que o doutrinador deve esperar um pouco para que o Espírito se acople e induza o médium a exteriorizar as sensações.

 Nos casos em que o doutrinador não conduza adequadamente o esclarecimento, criando embaraços para o médium, como este deverá se comportar?

O papel do médium no processo de intercâmbio espiritual deve ser, pura e simplesmente, de traço de união com o mundo das causas. Se a Entidade está emitindo uma onda de ideias de tal teor e o doutrinador está seguindo por uma estrada completamente diferente, o médium deve abster-se, quanto possível, de fazer qualquer tipo de julgamento a respeito do êxito do atendimento. A sua função é transmitir as sensações físicas e os pensamentos do Espírito enfermo.
Há muitos anos, numa prática mediúnica em nossa Casa, uma Entidade muito sofredora se comunicou por meu intermédio. Era o Espírito de uma senhora que havia desencarnado na ocasião do parto. Quando ela começou a sentiras cólicas da dilatação da bacia para expulsar o feto, veio a desencarnar inesperadamente. No instante em que o Espírito incorporou, comecei a sentir uma grande indisposição no estômago, acompanhada de mal-estar, falta de ar, enjoo. Quando o doutrinador começou a falar, deu-me uma vontade de sair dali correndo, tal a maneira despropositada com que era feita a doutrinação. Ao invés de utilizar os recursos do passe, da sugestão mental otimista para diminuir o estado de paroxismo em que se encontrava o Espírito, ele resolveu apenas dizer palavras sem nenhuma expressão socorrista.
 Encontrando-me ainda num semitranse comecei a pensar:
 — "Ah! Meu Deus, não vou aguentar!". Finalmente a incorporação se consumou e eu perdi a consciência. Quando voltei ao normal sentia dores físicas atrozes que perduraram durante três dias.
Posteriormente, contei a alguém que teve doze filhos: — "Fulana, estou com uma dor aqui nos rins e nos quadris, horrível!". Ela retrucou: — "Divaldo, isto é dor de parto!"
Mais tarde, conversando com D. Yvonne Pereira, fui por ela informado que, quando ela estava psicografando MEMÓRIAS DE UM SUICIDA, era acoplada ao Espírito que se ia comunicar com dois dias de antecedência e passava mal. Depois da comunicação passava dois ou três dias com aquela carga fluídica negativa.
Por isso, a mediunidade é um ministério sagrado de amor.
A Benfeitora Joanna de Angelis já me disse:
— "O médium que se desincumbe bem da sua tarefa realiza duas reencarnações em uma só".
Além de cidadão comum com seus conflitos, dramas, tarefas, é também o homem que vive, no sentido genérico, uma outra existência de abnegação, renúncia e sacrifício, em outra esfera.
Vale a pena a pessoa dedicar-se integralmente à mediunidade com Jesus porque as alegrias são imensas.

 Como devemos proceder perante um fenômeno mediúnico no Evangelho no Lar?

Tratando-se de uma interferência perniciosa, pedir à pessoa que reaja. O fundamento do Evangelho no Lar é criar um psiquismo saudável para a família e não o psiquismo de seres enfermiços.
 Os Espíritos doentes vêm e participam, mas, para aprender e curar-se, não para se comunicarem. Tratando-se de uma Entidade Veneranda, não irá perturbar, saberá esperar o término do Evangelho para, uma que outra vez, oferecer a sua contribuição, interpretando a palavra, dando conselhos.
Mas — repetimos —, não habitualmente, para que não se transforme uma reunião particular, familiar, em reunião com caráter mediúnico.
O Evangelho no Lar é uma terapia preventiva para problemas. Os Espíritos vêm como assistentes e não para interferir.

 Que conselho você dá aos médiuns principiantes que ainda não sabem definir bem os limites entre suas ideias e as que vêm dos Espíritos?

Quando sentirem algo, deem expansão. Não tenham a preocupação de monologar:
— "Ah! Será que sou eu mesmo?"
 A prática mediúnica é um laboratório. Estamos participando dela como intermediários do bem e não como cientistas ou pesquisadores à cata da perfeição absoluta.
O trabalho de intercâmbio espiritual deve ser considerado como uma atividade de "catacumba", numa comunhão estreita com os Espíritos benévolos. Deve-se dar campo à comunicação, cabendo ao doutrinador avaliar se é fenômeno anímico, mediúnico ou nervoso.
Deixa-se a porta aberta e, em caso de dúvida, pergunta-se ao doutrinador no término da prática mediúnica:
 — "O que você achou daquela comunicação?".
 Deve existir um mínimo de confiança entre os componentes de uma reunião mediúnica, porque, havendo este clima, a resposta virá com naturalidade.
Caso o doutrinador diga: — "Bem, eu achei que foi mais um fenômeno nervoso. Procure relaxar mais". Isso não desonra ninguém. Pode-se ter uma crise nervosa em casa, porque não pode acontecer também na sala mediúnica?
O sistema nervoso atua em qualquer lugar, e principalmente na prática mediúnica, onde se processam intensas reações eletromagnéticas.
Quando o fenômeno for anímico, o doutrinador deve dizer ao médium:
— "Você está com as ideias muito fixas". Cabe ao sensitivo refletir e controlar-se.
Na hipótese de Entidades muito repetitivas, e elas sempre retornam com os mesmos chavões, o médium deve controlar mentalmente, dialogando com o Espírito:
— "Absolutamente. Ou você incorpora e se comunica dando toda a mensagem ou então não permito a comunicação".
Isto deve ser feito para que o Espírito não fique explorando o fluido do sensitivo.
No caso em que a Entidade fique externando pensamentos repetitivos, como por exemplo:
— "Eu vou matá-lo, eu mato, eu mato...", levando um tempo infindo a repetir as mesmas palavras para perturbar a sensibilidade do médium e impedir que outros Espíritos se comuniquem, cabe ao medianeiro ajudar o comunicante, dizendo:
— "Informe a que veio ou não lhe dou campo mental".

Divaldo P. Franco respondendo

Projeto Manoel Philomeno de Miranda " QUALIDADE NA PRÁTICA MEDIÚNICA "

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário ou dúvida. Terei prazer em respondê-lo.