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quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Vida - EDUCAÇÃO PARA A AMIZADE

Olá,

A amizade é um sentimento de elevação que deve viger na conduta dos seres humanos, preparando-os para os grande vôos do amor. Pode-se mesmo asseverar que a amizade é uma conquista relevante, uma vitória em relação ao egoísmo e aos seus corifeus, em razão de vincular uma a outra pessoa e ambas ao grupo social no qual se encontram.

Sem amizade, a existência humana perece, e, na constelação familiar, quando não existe, abre
expressiva lacuna entre os seus membros.
É um sentimento de afeição que se desenvolve com desinteresse de receber qualquer tipo de
gratificação, ensejando relacionamentos edificantes e fraternais.
O amigo é um tesouro que se encontra ao alcance, sempre disposto a contribuir em benefício do
outro.
A amizade não deve ter por meta alcançar benefícios, nem expressar manifestação de servilismo ou
permuta de gentilezas.
É como o Sol que ilumina tudo, alcançando a delicada pétala da flor e a superfície pútrida do pântano
com a mesma generosidade.
Constitui um treinamento para as vinculações mais profundas, quando o amor faculta a intimidade
que se desdobra na constituição da prole.
Na família, é indispensável para que reine a harmonia. Os vínculos biológicos facultam melhor
desenvolvimento da amizade, em razão da convivência e dos interesses superiores em favor do grupo.
Ampliando-se, alcança outros indivíduos e permite-lhes a ocorrência de pensamentos iguais, que se
comunicam naturalmente, favorecendo com alegrias aqueles que conseguem preservar o excelente
sentimento.
É um combustível que sustenta a luz da evolução, aquecendo o coração e fortalecendo as emoções.
As pessoas que se sentem incapazes de manter relacionamentos fraternos onde predomina a amizade,
encontram-se em estágio egoístico, de que necessitam libertar-se, treinando a gentileza no trato,
abandonando a postura de fiscal do seu próximo e manipulador em relação a todos quantos se lhes
acercam.
Muitas vezes, quando o amor da sensualidade irrompe no indivíduo, fascinado pelo transitório
prazer, a busca ardente é de fácil consumpção, porque falta o alimento poderoso da amizade que mantém e preserva quaisquer tipos de relacionamentos.
Essas paixões perturbadoras são resultado da solidão, do vazio existencial, que devem ser cuidados
preventivamente no ninho doméstico, mediante o despertar da amizade sem jaça.
 Plantando-se, no solo infantil, as sementes da tolerância e do bom entendimento, elas fixam-se no cerne da memória afetiva e prolongam-se por toda a existência, multiplicando-se em frutos sazonados, que ressurgirão em futuras experiências reencarnacionistas felizes...
Algumas vezes, naqueles que têm bem desenvolvido o vínculo da amizade, ei-las já fixadas no
íntimo, como efeito de condutas vivenciadas anteriormente.
Quando se experiência a amizade na família, com muita facilidade ela se expande em relação a
outras pessoas fora do círculo biológico, favorecendo o enriquecimento da existência, estimulando ao
trabalho em benefício de todos.
Afirmava Aristóteles que um amigo é uma única alma habitando dois corpos.
Nos dias atuais, a amizade diminui em razão da suspeita que se avoluma em torno dos
relacionamentos, que se apresentam, quase sempre objetivando lucros imediatos, projeção da
personalidade, interesses escusos...
A violência, que irrompe em toda parte, empurra as criaturas para a solidão das suas fortalezas
residenciais, trancadas, guardadas por sentinelas, equipadas por câmaras de televisão, por sistemas de
alarme...
Nos encontros sociais, nos clubes e nos salões de festas, onde parecem viver a fraternidade, esses
indivíduos mais se exibem e analisam os outros do que confraternizam, respirando emocionalmente a
atmosfera da aparência e da suspeita, sem que seja permitido o surgimento da confiança recíproca, e
quando, às vezes, inicia-se esse fenômeno, o hábito mental de considerar a vida sob o aspecto servil,
inspira condutas injustificáveis e perturbadoras.
Nos estágios infanto-juvenis, no entanto, é mais espontânea a amizade, porque a malícia e os hábitos
doentios ainda não se lhes instalaram, permitindo a natural convivência e o sincero relacionamento.
Entretanto, sendo preservado o sentimento no período adulto, multiplicam-se as emoções de bem-estar,de harmonia e de autoconfiança, logrando expressivos benefícios para o grupo social em que se
movimentam.
A amizade expressa-se de maneira muito variada.
Nas uniões conjugais, quando esmaecem os interesses da libido sexual, estua esse sentimento nobre,
apresentando e mantendo beleza na existência.
Exemplifiquemos: um esposo de idade está no médico fazendo exames, quando olha aflitivamente
para o relógio e solicita ao esculápio terminar as análises. Indagado pela razão da pressa, ei-lo
esclarecendo que, em todas as quintas-feiras, naquele horário, visita a esposa que se encontra num lar de anciãos. Ela era portadora do mal de Alzheimer, desde há cinco anos, e havia perdido completamente a lucidez. Ele buscava estar ao seu lado, conversava, lia para que ela ouvisse, narrava os acontecimentos da semana...
O médico, surpreso, interrompeu-o, informando que, desde que ela não mais possuía o uso da razão,
não saberia se ele a visitava ou não, portanto, não havia necessidade da pressa.
. Sorridente e jovial, o esposo redargüiu: - Bem, ela não sabe se eu fui visitá-la ou não, mas eu sei...
A amizade é responsável, é consciente, é gentil. Não importa muito como o outro a recebe, mas é
essencial, conforme se expresse. Ideal, sem dúvida, quando é recíproca, nada obstante ser muito nobre quando surge em quem quer que seja e da maneira como se apresente...
Não pode ser fingida, não tem caráter de valorização, nem pretende conquistar, a fim de jactar-se.
O verdadeiro amigo é somente o amigo, sem retórica nem poesia, sem adereços ou exterioridades.
Para que permaneça forte, a amizade necessita de ser sustentada pela bondade, esse nobre sentimento
de compreensão das deficiências alheias e de ternura pelo seu próximo.
Aqueles que evitam ou que não têm amigos, podem considerar que preferem não ser amigos,
mantendo-se em estados mórbidos de conduta que levam à depressão e ao pessimismo.
No lar, especialmente, a amizade é fator primordial para a união entre os diversos membros,
propiciando confiança e estabilidade geral.
Destituídos de sentimentos superiores, os animais demonstram amizade e confiança naqueles que
cuidam deles e os preservam, tornando-se excepcionais amigos que se sacrificam, quando necessário, por instinto, numa quase inteligência embrionária, para salvarem os seus protetores.
Evoluindo do reino animal ao humano, a amizade é o primeiro patamar para ser construído o sublime sentimento do amor.

Joanna de Ângelis/ Divaldo P. Franco         " Constelação Familiar"

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