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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Mediunidade - DEFICIÊNCIAS

Olá,

Porque, em determinadas práticas mediúnicas, a quantidade e a qualidade das comunicações não atingem valores ideais? Faltam Espíritos para se comunicarem ou se trata de deficiências dos médiuns?

Deficiências dos médiuns e do grupo.
Segundo informação do Mundo Espiritual existem na psicosfera terrestre cerca de 21 bilhões de desencarnados. Se não existem comunicações em número relativo à quantidade de médiuns, é porque inexiste sintonia dos intermediários com o Mundo Espiritual.
A questão da qualidade das comunicações está diretamente relacionada com o desenvolvimento da mediunidade, educação e filtragem mediúnica.
No caso da sintonia, o dirigente encarnado pode fazer uma conclamação aos médiuns para maiores cuidados na preparação que antecede a prática mediúnica. No outro caso, é um trabalho pessoal de autoaperfeiçoamento de cada sensitivo com reflexos no desempenho da faculdade.
Para corrigir, de alguma forma, a deficiência da sintonia, toda prática mediúnica séria tem na sua pauta uma preparação antecipada, feita através de leitura edificante, para fixara mente dos componentes da equipe dentro da temática do assunto que foi lido. Fazendo-se uma meditação antecipada, fica mais fácil concentrar-se convenientemente, porque promove-se um dinamismo mental que impede a presença do entorpecimento e do sono.
Os Mentores Espirituais dão mensagens válidas, sugerindo, por exemplo: — "Coloque-se no lugar do desencarnado; imagine-se num vale de sofrimento por dezenas de anos, sem um conforto, sem amigos. Como você ficaria grato a esta porta que lhe deu acesso à liberdade!"
O Espírito Adolpho Bezerra de Menezes, indagado por mim sobre a maior alegria que ele sentiu ao chegar ao Plano Espiritual após a sua desencarnação, respondeu-me: — "Depois de encontrar o Espírito Celina, a família, os amigos, dentre os quais o Espírito Bittencourt Sampaio, que é uma Entidade veneranda, a minha maior alegria foi quando um coro chamando pelo meu nome insistentemente, fez-me perguntar ao Espírito Celina: — 'O que significa isto, filha?'. E ela me respondeu: — 'Vem ver'. Levou-me a uma sacada, que tinha adiante um pátio onde havia mais de um milhar de Espíritos, todos ali numa atitude de unção e de ternura. — 'Quem são?' — perguntei. Ela respondeu: — 'São aqueles a quem o senhor doutrinou sem nunca perguntar o nome; foram aqueles cujos familiares receberam os benefícios da sua bondade e o senhor nunca se deu conta. Quando souberam da sua chegada, vieram todos aqui prestar-lhe esta homenagem'. Então, o Espírito Bezerra de Menezes completou: — 'Naquele instante lamentei o quão pouco fiz, pelo muito que estava recebendo'."
Exemplo digno de nota é também o de Francisco Cândido Xavier que, no dia em que completou sessenta anos de mediunidade, foi à reunião mediúnica para atender às Entidades sofredoras e perturbadoras da Erraticidade inferior. Comemorou os sessenta anos de exercício da faculdade trabalhando na caridade anônima. Quando Emmanuel pediu ao Espírito São Luiz Gonzaga, que é o protetor da juventude, para que ele emprestasse o seu nome para o Centro Espírita onde desejava servir, a Entidade luminar lhe teria dito: — "Concordo; darei a minha colaboração desde que a Instituição dedique setenta por cento das suas atividades aos doentes e sofredores". Embora a tarefa do nosso Chico fosse o livro espírita, durante mais de cinquenta e cinco anos ele atendeu ao receituário, trabalhou na aplicação dos passes e na desobsessão...
Quando o Espírito Joanna de Angelis pediu ao Espírito Francisco de Assis para dar o protetorado dele para nossa Casa, ele disse: — "Daremos o nosso apoio desde que a obra se dedique à iluminação de consciências e ao socorro à pobreza". Daí o nosso Centro ter começado pela Caravana Auta de Souza, dando comida aos pobres. Depois vieram os lares, a evangelização, os livros e a iluminação de consciências.
Quanto é bom, quando se pode entregar ao trabalho de consolação e socorro a estes Espíritos necessitados! Quanto bem-estar isso nos propicia!

 A que se deve a carência de comunicações de Espíritos Benévolos nas Reuniões Mediúnicas?

Essa é outra particularidade que desejamos explicar; são três os fatores a considerar: inibição, constrangimento dos médiuns e falta de confiança entre os componentes do grupo. Fica-se sempre pensando que alguém vai duvidar e achar que não é uma comunicação autêntica. Esta atitude é um erro crasso. Por isso, Allan Kardec recomenda práticas mediúnicas com pessoas afins, para que não haja suspeitas (observe-se a sabedoria do Codificador).
Se frequentamos uma prática mediúnica, pensando que alguém duvida da nossa honestidade, isso já funciona com um caráter inibidor.

 Alguns médiuns sentem com muita intensidade as dores "físicas" e morais dos Espíritos que se manifestam por seu intermédio. A que atribuir este fato?

A melhor maneira de educar a mediunidade de alguém é através da presença de Entidades que lhe transmitem sensações desagradáveis para que o médium iniciante supere os conflitos de ordem pessoal. Os Mentores espirituais trazem os Espíritos doentes para a proximidade do médium que, ao se concentrar, registra no seu psiquismo as sensações deprimentes que provocam dores físicas. Este fato é perfeitamente compreensível, porque a morte destrói o corpo mas não a estrutura energética do ser pensante.
Quando essa estrutura sintoniza com o perispírito do sensitivo, transmite-lhe as sensações que o Espírito registra e o médium passa a ter a mesma sintomatologia da morte daquele que está dando a comunicação: crise de tosse, se teve uma tuberculose pulmonar; angústia, proveniente de uma úlcera gástrica ou duodenal; as dores do infarto do miocárdio ou de um câncer, podendo-se identificar o gênero de morte pela sensação que o médium experimenta e exterioriza.
Com frequência as pessoas interrogam: — "Qual a finalidade da vinda desses sofredores?". Simplesmente, porque eles, com a sua energia deprimente, produzem impacto no médium, que não estava sentindo nada e passa a registrar sensações desagradáveis, que somente desaparecem depois do término da prática mediúnica.
Então, o monólogo acontece espontaneamente: — "Curioso, eu entro bem e fico doente, saio e fico ótimo. Isto não é uma coisa que estava em mim. É algo que chega até mim durante algum período". Diante de tal raciocínio os conflitos íntimos acerca da autenticidade do fenômeno começam a bater em retirada e o médium torna-se um instrumento seguro.

 Por que existem médiuns que sentem tanto mal-estar nos dias que se antecedem à prática mediúnica e outros nada sentem?

Prova para o médium. Allan Kardec fala dos médiuns naturais e dos médiuns de provas. Os de provas são aqueles que captam as comunicações antes e sofrem com elas. É uma forma de autodepuração. Isto vai creditado para diminuir-lhe o débito de certas doenças e problemas morais que viriam. Enquanto o Espírito fica acoplado ao médium, ele está com sua carga de sofrimento diminuída e o sensitivo com a sua aumentada.
A dor fica dividida; o médium sofre e resgata; o Espírito sofre menos, recebendo os benefícios da caridade anônima, complementada através do momento de esclarecimento e do choque anímico.

O médium sofre algum dano físico, emocional ou espiritual quando a doutrinação não é adequada?

Sim. Nestes casos surge uma perturbação no seu sistema nervoso. Vamos exemplificar: um Espírito está dando uma comunicação; trata-se de uma ligação — digamos — eletrônica, no sentido mais transcendental. Como a aparelhagem do sensitivo é muito delicada, se a doutrinação não vai bem canalizada e o Espírito se irrita, ele consegue perturbar a harmonia nervosa do intermediário. Esta é uma das razões porque os Mentores espirituais, para manterem o equilíbrio da economia psíquica do médium, recomendam a aplicação de passes coletivos ao terminara reunião, pois que, tenha havido dano, ou não, todos os presentes serão beneficiados.
No caso do médium adestrado, não existe o problema porque, ao final da reunião, incorpora-se o seu Mentor provocando o reajustamento das peças íntimas do tutelado. Mas, quando este não está adestrado e somente incorpora as Entidades sofredoras, ficam danos.
Outra ocorrência que deve ser desestimulada é a questão dos doutrinadores tocarem no médium, no transcorrer da comunicação. Isto não só é inconveniente do ponto de vista estético como ético. Em sendo o sensitivo uma espécie de feixe nervoso excitado, o ato de pegá-lo promove nele uma irritação extremamente desagradável, terminando por danificar as suas aparelhagens mediúnica e nervosa. Em casos específicos, tocar no médium pode causar-lhe uma terrível dor de cabeça. Nunca se deve segurá-lo, pois não é a força física e sim a força vibratória do doutrinador que atua efetivamente para controlar os impulsos do Espírito, refletidos no comportamento individual. Sempre o silêncio, a meditação, a quietude, a emissão mental conseguem mais êxito do que a luta física. Deve-se tomar os cuidados necessários para se evitar a todo custo o pugilato, caracterizado pelo arrojar-se do médium ao chão e sobre este os doutrinadores. Tudo isto está fora da ética recomendada pelos Mentores Espirituais. São lutas nervosas e não propriamente comportamentos mediúnicos.
No livro O CÉU E O INFERNO encontram-se comunicações de Espíritos, que Allan Kardec anotou, os piores possíveis, em clima de calma. A grande maioria dessas comunicações foi feita por psicografia. Eram Entidades desencarnadas através de processos violentos como o assassínio e o suicídio, trazendo vibração de baixo teor, que nem sempre conseguiam escrever o que queriam, findando-se o fenômeno com os seguintes termos: — "Não posso mais. Não consigo escrever. Não consigo...". No entanto, os médiuns não demonstravam gestos estertorados, nem tampouco atiravam-se ao chão esperneando. Tal não acontecia porque eram disciplinados mentalmente e, por conseguinte, educados mediunicamente.
Desta forma, quando presenciamos certos espetáculos, com raras exceções, concluímos tratar-se, em grande parcela, de conivência do médium.
Certa vez, Chico Xavier recebeu uma comunicação de determinada Entidade na minha presença e o Espírito, muito meu conhecido pela sua perversidade, tomou de um lápis e colocou na boca do médium mineiro e começou a fumar, saindo fumaça como se fosse um cigarro. Começou a conversar comigo, agressivamente. Era, no entanto, uma agressividade sem gritaria. Modificou radicalmente a personalidade do médium, que passou a revelar-se uma pessoa agressiva e má, conversando com uma terrível carga de ódio, porém o sensitivo não apresentava nenhum estertor durante a comunicação.
Para efeito de esclarecimento, esses estertores quando existem são provenientes do aparelho nervoso do médium deseducado.

 Divaldo Responde/Projeto Manoel P. Miranda     "Qualidade na Prática Mediúnica"

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