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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Bem Viver - FIELMENTE

Olá,

“O bem e mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos.
Não fazer o bem quando podemos é, portanto, o resultado de uma
imperfeição. Se toda imperfeição é fonte de sofrimento, o Espírito deve
sofrer não somente pelo mal que fez como pelo bem que deixou de fazer
na vida terrestre.”
O CÉU E O INFERNO 1ª parte — Capítulo 7º — Item 6.

Cônscio das lutas reservadas aos fiéis trabalhadores da sementeira
evangélica, Jesus foi definitivo: “No mundo — disse Ele — só tereis aflições”.

Comparava o Senhor a caminhada cristã ao ingente trabalho sobre a
gleba humilde e boa, para a aquisição do pão.
Aqueles que desejassem serenidade antes da sementeira e bênção antes
do merecimento, certamente veriam com desencanto a terra cobrir-se de cardo
e urze perdendo o tempo e a oportunidade. E, se repousam prematuramente,
reservam ingentes lutas para a própria subsistência no futuro.
No entanto, cientificados da necessidade de laborar, se se dispusessem a
aprofundar sulcos, vergastando abismos para que os grãos atingissem a madre
interna do solo, sofreriam o acúleo, a tormenta, a canícula e o cansaço,
banhando-se de suor, mas de olhos fitos no chão coberto de vegetação e nos
dedos do arvoredo, amparados pelos frutos.
Não se revoltariam por lutar nem se deixariam abater se a terra lhes
negasse as primeiras dádivas, na colheita.
Pelo tirocínio, o homem sabe que, plantando, a produção advirá se os
requisitos necessários forem observados e o trabalho for desenvolvido dentro
das injunções tecnológicas.
É compreensível, portanto, o não haver lugar no mundo dos negócios nem
dos prazeres para os lídimos cristãos. Não têm eles a pretensão de receber
enflorescência antes da sementeira nem se podem candidatar à colheita
enquanto a terra coberta de urze se consome na inutilidade. Sabem que o
tempo desperdiçado na inoperância é abuso da fortuna do Senhor e é roubo
à atividade da vida.
Por essa razão, sofrem.
Quanto mais se deixam absorver pela luta fastidiosa, sob o sol
causticante, mais se lhe acentuam as rugas da dor, mais se aprofundam as
feridas das mãos, mais se avoluma o cansaço sobre as costas. Porque o
trabalhador fiel não se detém a reclamar nem a exigir: ele sabe que há tempo
para semear como há tempo para colher.
Espíritas! Serviço cristão é sofrimento, porta de serviço para a renovação
de si mesmo, estrada longa a percorrer sítios difíceis a transpor!
Náufragos não têm condições de escolher batéis salva-vidas; presidiários
não podem escolher sítios para a liberdade; déspotas, no ofício da reparação,
não dispõem de credenciais para as tarefas a executar.
A tua é a acre-doce luta da transformação interior.
Muitas vezes o vinagre da ingratidão ser-te-á o tônico de reconforto sob a
canícula solar.
A mão espalmada do “vingador” sobre ti representará a cobrança da
dívida adiada, que não podes reclamar; o desprezo, em forma de escárnio traduzirá o apelo-convite à humanidade que não pode ser desconsiderada.
E a solidão, originária nas vergastadas e no abandono te conduzirá à trilha
por onde chegarás ao porto da espiritualidade maior.
Ninguém guarde, por enquanto, coroas brilhantes para a cabeça nem se
iluda com os ouropéis mentirosos que enganam o tempo.
Tapetes estendidos para os teus pés podem esconder abismos, como
muitas pinturas brilhantes disfarçam manchas e escabrosidades...
Tua tarefa é de sublimação interior no dia-a-dia. Para quem sabe discernir
cada dia guarda uma lição; cada lição é mensagem de experiência; cada
experiência significa aprendizado; cada aprendizado representa bênção e cada
bênção traduz oportunidade evolutiva.
Aproveita, assim, as ensanchas que te surgem mesmo com as suas
carregadas tintas e aprende a silenciar a ofensa, a desculpar o ultraje, a
esquecer a malquerença, pontificando no bem infatigável sob chuvas de
granizo ou vapores terrificantes de calor. Não pretendas melhor dádiva do que
aquela com que foi aquinhoado o Mestre a quem serves, que, vendido,
açoitado, escarnecido, e plantado numa cruz, ainda foi constrangido pela
dúvida de Tomé, companheiro desatento que estava ausente...
E, se duvidam de ti — bendize ao Senhor; se zombam de ti — confia no
Senhor; se te abandonam— busca o Senhor que recebeu por companheiros, à
hora extrema, dois criminosos que a penologia atual, embora não os levasse à
cruz, daria a cela úmida e imunda do presídio a fim de cerceá-los do convívio
social em nome da ética e dos direitos legais da Sociedade.

Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco " Espírito e Vida "

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