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terça-feira, 14 de março de 2017

Vida - EDUCAÇÃO PELO O TRABALHO

Olá,

O vocábulo trabalho vem do latim tripalium, que era o nome de um cruel aparelho de suplício, que provocava dores acerbas. Representava, portanto, um veículo de sofrimento.
 Através do tempo, a palavra evoluiu e passou a ter um sentido de ação dignificante, esforço de qualquer natureza objetivando uma
realização elevada, modificando-lhe totalmente o significado.

O trabalho é força propulsora que faculta o progresso da humanidade sob todos os aspectos
considerados.
Nunca se deve esquecer a frase enunciada por Jesus, respondendo aos fariseus que o censuravam,
porque curava no sábado: O Pai até hoje trabalha e eu também trabalho - João: 5-7
 demonstrando a grandeza da atividade construtiva e libertadora em todos os momentos da vida.
Tem o sentido de elevar moralmente o indivíduo, corrigindo-lhe a indolência e estimulando-o à
conquista da saúde emocional, social e financeira.
A educação para o trabalho merece especial atenção da família, de maneira a despertar e manter o
sentido do dever de servir e cooperar, a fim de que não ocorra a infeliz situação de o indivíduo
d tornar-se um peso evitável na economia social.
As modernas diretrizes em favor da educação, entre os seus pilares básicos, conforme o Relatório
Jacques Delors, propõem o paradigma ensinar a fazer, depois de ser, para melhor conviver e por fim
conhecer.
Distantes vão os dias das técnicas de memorização e de atividades realizadas pelos educadores,
propondo-se atualmente o esforço do educando através de pesquisas, de intercâmbio com os colegas de saudável convivência, de despertamento da consciência e da identificação da própria responsabilidade.
No lar, deve iniciar-se a educação para o trabalho por meio de pequenas e importantes tarefas que se
delegam aos filhos, tais como: a higiene pessoal, a arrumação da cama e do quarto, a ordem nas roupas e calçados, nos objetos e livros escolares, nos instrumentos de diversão e noutros labores compatíveis com o seu desenvolvimento físico e mental.
Quando os pais realizam a tarefa que cumpre aos filhos executar, estão preparando-os para a
ociosidade, a malversação do tempo de que dispõem, a indiferença ante o esforço do próximo. Mesmo nos lares abastados, nos quais se podem manter servidores remunerados, a educação para o trabalho tem a sua vigência, porque aquele que não sabe fazer, dificilmente saberá mandar fazer, orientar para que se realizem atividades, estimulado pela subserviência de empregados e subalternos que dependem de salário para a sobrevivência.. .
Diante de auxiliares que contribuem para a execução de serviços, é de saudável proveito a
cooperação recíproca, evitando-lhes a submissão humilhante e revoltada.
Quando um servidor percebe que o seu não é um trabalho inferior, porque o seu orientador ou patrão
não sente pejo em auxiliá-lo, mantendo sempre atitudes respeitosas e de consideração, dignifica-se,
porquanto não é o tipo de trabalho que honra o indivíduo, mas sim a maneira como este se desincumbe do compromisso.
Gerando-se disciplina através da educação desde muito cedo, no lar, o aprendiz adapta-se à
responsabilidade e incorpora-a em todos os momentos da existência.
Aprende a ser gentil, quando solicita e a agradecer quando recebe.
Valorizando o trabalho pelo seu significado honorável, respeita todos aqueles que participam ou não
da sua convivência e com os quais frui benefícios do progresso geral, sendo considerado e digno de
ser imitado.
A constelação familiar é uma colméia onde todos devem participar dos deveres gerais, a fim de
desfrutar-se dos coletivos benefícios que disso decorrem.
Jamais se deve sobrecarregar alguém no trabalho, a benefício da inutilidade de outrem, seja porque
se encontra em situação econômica privilegiada ou político-social relevante.
Quando tal ocorre, aquele que usurpa as energias alheias, termina por enfermar-se, vitimado pelo tempo vazio, que é inimigo da paz interior, pelo facultar o surgimento das idéias extravagantes e
perversas, dos comportamentos alienantes e esdrúxulos, divagando na maneira vulgar de chamar a
atenção em face da perda de identidade pessoal.
Mediante a laborterapia recuperam-se pacientes morais que se entregaram ao crime, desenvolvem-se
aptidões adormecidas em portadores de deficiências mentais e emocionais, abrindo-se campo saudável para todas as criaturas.
O trabalho produz um nexo entre o indivíduo e o progresso sociocultural, ensejando mudança de
hábitos, libertação de vícios, crescimento interior e despertamento para ideais adormecidos e a
preservação deles.
A sociedade tem conquistado patamares de evolução do pensamento graças ao trabalho das gerações
transatas, de homens e mulheres que se não conformavam com a situação em que se encontravam,
empenhando-se para modificar a estrutura do seu tempo, sacrificando-se, muitas vezes, em benefício das gerações que os sucederiam. Não fruíram os benefícios que legaram à posteridade, mas experienciaram a satisfação imensa de agirem corretamente, produzindo o melhor do que podiam anelar para si mesmos...
A família que trabalha unida e tem um programa de ação coletivo é mais próspera e mais feliz, não
permitindo que a hora vazia abra espaços mentais e emocionais para o desperdício do tempo e da
oportunidade, que raramente retoma, e, quando volve, é sempre em condições diferenciadas.
Uma das características de uma existência saudável, apresenta-se quando o indivíduo faz do trabalho
o precioso instrumento da sua libertação das mazelas e do ócio, contribuindo em favor do
desenvolvimento geral, mesmo que a sua signifique uma gota d’água na desolação do areal inclemente pela ardência do Sol...
Os altos níveis de estresse vivenciados pela sociedade contemporânea, são resultados, entre outros,
das circunstâncias e das ambições que caracterizam estes dias, transformando o trabalho em instrumento de conquista de recursos para a supremacia em relação aos demais, seja do ponto de vista social, econômico, político, religioso... E o desequilíbrio se instala, em face da desordem defluente do trabalho egoístico e insensato.
Desde quando se estabelece como código de honradez o trabalho, é justo programar-se o repouso, o
refazimento, o bem-estar como produtos da ação contínua.
Invariavelmente, são transformados esses recursos em excitação e ansiedade, buscando-se lugares
festivos e atordoantes para o prazer, onde os jogos do sexo, das libações alcoólicas e da futilidade
destacam-se como de primordial importância, em detrimento da renovação de forças e da alegria das
horas agradáveis.
Clubes e Spa's para a exibição social, para a cultura do corpo, tornam-se metas que a grande massa
deseja atingir, podendo fruir em demasia de destaque comunitário, inveja em relação às formas dentro dos padrões da beleza de cada período, com crescente conflito de insegurança e medo de perder-se a projeção conseguida...
Todos necessitam do trabalho de outros, formando uma cadeia de ação que não se interrompe,
renovando os sentimentos e fortalecendo os comportamentos edificantes.
O trabalho também ilumina o espírito, quando este busca o auto-aperfeiçoamento, a auto-iluminação.
Esse fabuloso instrumento de elevação, portanto, deve ser estimulado no lar, fazendo parte do
programa educativo para a vida que será insculpida na criança, preparando-a para a razão e a ação no
futuro.

Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco                          " Constelação Familiar"

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