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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Nova Era - Socialismo cristão

Olá,

"Sentando-se Jesus em frente ao gazofilácio, observava como o povo
ali deitava o dinheiro. Os ricos colocavam grandes quantias; mas, vindo uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas no valor de sete centavos. E chamando seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva lançou mais no gazofilácio que todos os ofertantes, porque os ricos deram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, tudo o que tinha para seu sustento." Marcos 12:41


Se é certo, como disse o Mestre, que a mesquinha oferta da viúva tem mais valor
que as vultosas dádivas dos ricos, porque representa maior esforço, é certo também que
o trabalho dos humildes deve ser relativamente equiparado ao trabalho dos grandes.
O dinheiro tem valor puramente convencional. O que de fato representa valor real
são as nossas energias quando em plena atividade. É dessas energias que surgem as
cidades, as metrópoles com todas as suas expressões de progresso. Ora, energias tanto
se desprendem do cérebro como dos músculos. O trabalho intelectual, por conseguinte,
não vale infinitamente mais que o trabalho manual.
O operário e o jornaleiro que despendem o máximo de seu esforço no desempenho
dos seus modestos labores, devem perceber uma remuneração mais ou menos
equivalente àquela que percebem os intelectuais.
O arquiteto traça o plano de um edifício: o operário executa-o. Este recebe um
nonada pelas energias de seus músculos, enquanto aquele outro faz jus a pingues
honorários pelas energias de seu cérebro. Ambos deram o que tinham, ambos se
desempenharam, valendo-se de suas respectivas aptidões. Porque, então, tamanha
desigualdade na retribuição?
O advogado exige, por um simples parecer, dezenas, centenas de reais.
O jornaleiro labuta de manhã à noite por vinte e cinco centavos.
O médico faz-se pagar a seu talante pela cura que faz, e até pela que não faz.
O operário ganha sempre pouco, e isso mesmo quando se desempenha cabalmente do mister a que se dedica.
Onde a justiça?
Não são todos necessários — operários e intelectuais?
 Não empregam ambas as classes o mesmo processo no trabalho — despesas de energias?
 Que importa que uns exercitem os músculos e outros o cérebro?
As mãos serão superiores aos pés?
 As pernas valerão menos que os braços?
A cabeça é mais que o tronco?
Ou não serão, antes, iguais todos os membros de nosso corpo, visto que todos são igualmente necessários e indispensáveis na harmonia do conjunto?
O mesmo critério deve vigorar no que concerne aos membros da sociedade.
Caruso, deleitando com sua voz maviosa os nababos novaiorquinos, legou aos
parentes colossal fortuna.
O mestre-escola da roça morre e deixa a família na miséria.
Mas, dir-se-á, Caruso foi um artista.
 O sapateiro também o é, e muito digno.
 A arte de Caruso é de outra esfera mais elevada?
 Que importa? Uma é bela, outra é útil.
O ouro é mais caro que o ferro, mas este é mais útil que aquele. A privarem-nos de um deles, seja
antes do ouro, com todo o seu valor fictício, que do ferro com sua inestimável importância unilitária.
As belas artes devem ser cultivadas porque contribuem para a educação dos nossos
sentimentos.
As artes que não são belas, mas são necessárias, devem por sua vez
merecer estima pelos proventos, benefícios e comodidades que nos proporcionam.
Ao elevarmos uma, não amesquinhemos outra.
Se a vossa Justiça, disse o Mestre aos seus discípulos, não for superior à dos
escribas e fariseus, não entrareis no reino de Deus.
Capital e trabalho, cérebro e músculos, que até aqui viveram em constantes atritos,
tudo têm a lucrar fazendo as pazes.
 Sob a égide bendita do puro Cristianismo, devem-se irmanar, vivendo em perfeita harmonia como fatores que são do progresso material e moral da Humanidade
 E "bem-aventurados serão aqueles que em mim (em minha doutrina) não encontrarem motivos de escândalo”, preveniu o Senhor.

Vinícius        " Nas pegadas do Mestre "

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